Livro orienta como conter as plantas daninhas

Os agricultores que sofrem com as plantas daninhas já podem respirar mais aliviados. No mês de outubro, pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) lançaram um livro que faz uma espécie de mapeamento dessas plantas em todo o Estado.

Um trabalho que fazia muita falta, pois, listando os tipos e os locais de ocorrência dessas plantas, é mais fácil para os técnicos orientar o produtor rural quanto às formas de prevenção e controle.

“As plantas daninhas são como o câncer, se espalham facilmente”, compara um dos pesquisadores do Iapar e autor do livro – intitulado Ocorrência e distribuição de plantas daninhas no Paraná -, Walter Kranz.

Ele explica que a ideia de fazer o mapeamento surgiu depois que os técnicos se deram conta de que não existia um levantamento sistemático sobre plantas daninhas no Paraná; o que havia era apenas uma listagem separada por regiões, abrangendo uma faixa de Londrina, Ponta Grossa e Cambará. “Os agricultores tinham muitas dúvidas sobre esse tipo de planta”, conta Kranz.

Com a ideia na cabeça, os técnicos do Iapar saíram a campo. Eles percorreram cerca de duas mil propriedades em todo o Paraná, totalizando 120 mil quilômetros. A conclusão foi que há mais ou menos 450 plantas daninhas que destroem as lavouras paranaenses. Mas isso é só o começo.

“O problema é que este número muda a cada instante. Na mesma hora em que há uma planta daninha em um local, pode estar se formando outra em outro local ou no mesmo. É bastante complexo. Este número de 450 é só um referencial, mas até hoje não sabemos quantas plantas daninhas existem”, comenta o pesquisador.

Ele afirma que também havia dificuldades em encontrar uma metodologia para desenvolver a pesquisa. “Primeiro tentamos usar uma metodologia que estudava a vegetação, mas que só servia para as vegetações estáveis. O problema é que as vegetações mudam de estágio sempre, às vezes estão florescendo, outras vezes não”, explica.

Foi então que finalmente os técnicos encontraram a metodologia certa: o uso da dinâmica. “Nessa metodologia, vamos a campo em várias épocas do ano, anotamos o estágio da planta daninha e da planta afetada, vemos se elas competem entre elas mesmas ou não, e só depois temos um resultado em forma de equação matemática”, explica.

Depois de tudo isso, outra dificuldade: ainda não se sabia qual era a mais daninha. Com o decorrer da pesquisa, detectou-se que entre as mais frequentes no Paraná está a guanxuma (conhecida popularmente como vassoura) e entre as mais daninhas está a capim-marmelada, também chamada de capim-doce. O livro pode ser encontrado nas bibliotecas do Iapar, ou pode ser solicitado pelo e-mail adt@iapar.br.

Conhecer para poder combater

Embora a maioria das pessoas pense que planta daninha é toda planta que causa destruição de lavouras, segundo a Embrapa há várias outras definições na literatura: elas podem ser definidas como plantas que não têm vantagens (ou que pelo menos ainda não foram descobertas essas vantagens) ou mesmo que crescem onde não são desejadas (ou seja, uma planta que não é considerada daninha pode ser prejudicial quando se desenvolve em outra cultura).

Outra desvantagem para o agricultor é que as espécies daninhas crescem em condições ambientais pouco favoráveis, segundo a Embrapa. E, para piorar, muitas delas se desenvolvem nas mesmas condições das plantas que estão sendo cultivadas.

Segundo a Embrapa, pode ocorrer das plantas daninhas não afetarem somente a plantação, podendo causar também males para a saúde, e podem ainda tomar áreas de recreação, por exemplo.

Ainda segundo a Embrapa, as ervas daninhas podem afetar também o controle de pragas e o manejo na irrigação. Segundo a Embrapa, a prevenção é fundamental quando o ass,unto é planta daninha.

No entanto, se houver dificuldade, então pode ser feita a erradicação (que é mais difícil, pois consiste na eliminação de todas as plantas, o que pode se tornar muito caro).

O controle é o método mais utilizado no combate às plantas daninhas, e consiste em interromper o crescimento delas, usando, por exemplo, o controle mecânico (que pode ser manual, com tração animal ou com trator). (MA)

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