Litoral vende mais caro que capital

Malas, brinquedos, utensílios para praia e compras de supermercado. Em uma olhada rápida na maioria dos veículos que chegam com famílias que vão passar a temporada de férias no litoral dá para ver que os produtos perecíveis estão sempre presentes. Apesar de ser possível comprá-los na praia, muitas pessoas preferem trazer os alimentos e produtos de limpeza e higiene das suas cidades. E a explicação é obvia: o preço. Na temporada de verão grande parte dos produtos fica mais cara e as opções de locais para comparar preços são menores.

A Prefeitura de Curitiba disponibiliza aos cidadãos o serviço disque-economia. Ele é composto por uma pesquisa de preço de 266 itens em diversos supermercados da capital. É uma forma de o consumidor saber o preço mais baixo de cada produto. Com base nesta pesquisa, atualizada no último dia 2, a reportagem de o O Estado percorreu o único supermercado de Caiobá, litoral do Paraná, para comparar o preço de alguns produtos. Para começar, foram escolhidos alimentos básicos, como leite, café, pão, queijo, apresuntado, margarina e açúcar.

A maioria dos produtos do café da manhã, ou do lanche da tarde, está mais caro no litoral. A marca de leite mais barata está, em média, 14,8% mais cara na praia. Já o café, também da marca mais em conta, fica, em média, 12,25% mais caro. Já o açúcar da marca mais barata foi encontrado com melhor preço no litoral: 36,4% de diferença para Curitiba. Mas o preço bom ficou só por conta do açúcar. O quilo do pão francês está, em média, 18% mais caro, o quilo do queijo muçarela está 10,2% mais caro, o preço do apresuntado é 34% mais caro e a margarina 42%.

?Eu trouxe a maioria dos produtos de Curitiba. Só venho ao mercado aqui para pegar o que acaba ou falta. É tudo bem mais caro?, afirmou a pedagoga Márcia Pilati. Ela contou que produtos maiores, mais pesados ou perecíveis, como bebidas e carnes, ela deixa para comprar na praia, mesmo pagando mais. Uma das refeições mais comuns na praia, e que inclui a carne e a bebida mencionadas pela pedagoga, é o churrasco. Por isso, O Estado também comparou preços dos itens dessa refeição em Curitiba e no litoral.

Em média, comparando o preço de 13 produtos, comprar os alimentos e bebidas para um churrasco em Curitiba sai até 26% mais barato. A diferença de preço de alguns tipos de carnes é bem variada. A picanha foi o produto com maior contraste no preço. Enquanto em Curitiba pode ser encontrada por cerca de R$ 13,00 o quilo, no litoral se paga em média R$ 26,00 o quilo. Já a costela e a coxa e sobre-coxa de frango são, em média, mais baratas no litoral (9,28% e 17%, respectivamente). Já a alcatra, o coração de galinha e a lingüiça toscana são, respectivamente, 30%, 19%, e 33%, em média, mais caros que em Curitiba.

Entre os complementos do churrasco, o único produto mais barato no litoral é o sal – 22%. A farinha de mandioca está, em média, 21% mais cara. A cebola e o tomate estão, em média, respectivamente, 23% e 14% mais caros. A cerveja, comparando o preço médio de quatro marcas, custa R$ 1,13 a lata nos supermercados do litoral. Já em Curitiba custa, em média, R$ 1,07. Já a garrafa de refrigerante, fazendo a média de uma marca mais cara e outra mais barata, custa R$ 2,48 no litoral e, em média, R$ 2,19 em Curitiba. Por fim, o carvão custa mais barato no litoral (14%). 

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