Limite para desembolsos do BNDES sobe para R$ 65 bilhões

O Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou em reunião na semana passada aumento do limite para desembolsos do banco este ano. Com a mudança, o teto de liberações ficará em R$ 65 bilhões – o limite anterior girava em torno de R$ 63 bilhões. Este ano, o patamar de desembolsos do BNDES deve ficar em entre R$ 60 bilhões e R$ 65 bilhões. A informação partiu do presidente do banco, Luciano Coutinho.

De acordo com ele, não há um problema de teto muito apertado. Entretanto, o banco considera que o País hoje está entrando em um ciclo de investimento. Ele lembrou os recentes anúncios do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que prevê grandes obras para o setor de infra-estrutura, que são empreendimentos relativamente grandes e que exigem maior patamar de recursos. Portanto, para se preparar para esse cenário, o banco decidiu por elevar o limite dos seus desembolsos.

Sobre 2008, o executivo considerou que ainda é prematuro especular sobre o número específico para o orçamento do ano que vem. Entretanto, considerou que os desembolsos de 2008 e 2009 devem se posicionar acima do que será registrado em 2007, visto que nos próximos anos o País estará nesse ciclo de desenvolvimento.

Quando indagado sobre quais seriam as opções que o banco utilizaria para aumentar seu orçamento, Coutinho informou que o BNDES tem várias alternativas. "Podemos aumentar nosso funding (obtenção de recursos) para fazer frente ao volume maior de desembolso. Temos várias alternativas. Podemos pedir mais recursos para o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) ou podermos ir mais ao mercado. O banco tem um leque de alternativas de funding", disse, acrescentando que entre as outras opções, estaria a maior captação de recursos no exterior.

Pólo petroquímico

O presidente do BNDES afirmou que o banco está à disposição do setor privado, caso ocorra uma reengenharia no projeto do pólo petroquímico do Sudeste, do qual Petrobras e Unipar são sócias. Quando questionado se o banco já havia sido procurado por alguma das partes para falar sobre o assunto, Coutinho foi taxativo: "não fomos procurados".

Ele considerou que pelo que tem lido nos jornais, a Petrobras está em negociação com a Unipar, para que a Unipar seja majoritária no projeto. Ele admitiu que nos moldes atuais do empreendimento, o pólo petroquímico é na prática estatal. "Pelo que eu entendi não é esse o objetivo (o projeto ser estatal)", disse. O executivo lembrou que a consolidação só do setor petroquímico é um projeto de longa data, não só das empresas da área. Na análise de Coutinho, o banco sempre participou ativamente dessa tentativa de consolidação do setor petroquímico.

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