O consumidor vai pagar menos nas ligações locais de curta duração a partir do ano que vem. No entanto, as chamadas mais longas custarão mais caro. As mudanças fazem parte do novo sistema de cobrança da telefonia fixa, que levará em conta os minutos de cada ligação e não mais os pulsos. Os valores foram definidos ontem pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
?A chamada de longa duração vai ficar mais cara e a de curta mais barata. Isso é extremamente justo?, disse Pedro Jaime Ziller, conselheiro que foi o relator do sistema de cobrança. Segundo a Anatel, o brasileiro gasta em média três minutos em cada ligação. Abaixo desse tempo as chamadas ficarão mais baratas e, acima, mais caras.
Os valores irão variar de acordo com a área de atuação da operadora de telefonia fixa. Não haverá mudanças nas chamadas feitas de celulares e nas ligações de longa distância, que já são tarifadas por minutos.
Em São Paulo, por exemplo, uma ligação local de um minuto, já incluído o valor dos impostos, custa hoje entre R$ 0,14729 e R$ 0,29458 – o valor não é fixo porque depende do momento em que começa a cobrança do pulso.
Já no sistema por minutos, o custo dessa ligação cairá para R$ 0,09593. Uma ligação de três minutos custa para o consumidor hoje entre R$ 0,14729 e R$ 0,2945. A partir do ano que vem, cairá para R$ 0,28780.
Nestes dois casos não há gasto extra para o consumidor. Isso não irá ocorrer em uma ligação que durar dez minutos, que hoje custa de R$ 0,44186 a R$ 0,58915 e subirá para R$ 0,95935.
A ligação em horário de cobrança reduzida – ligações feitas entre 0h e 6h, aos domingos, feriados e sábado após as 14h – terá um custo de R$ 0,19187, contra R$ 0,14729 no sistema de hoje.
O conselheiro acredita que as pessoas usarão melhor o telefone a partir do ano que vem e comparou a mudança com o racionamento de energia elétrica ocorrido em 2001. ?As pessoas vão saber usar melhor o telefone.?
O valor do minuto no Brasil inteiro irá variar de R$ 0,09450 a R$ 0,11089, já incluído os impostos. Sem tributos, irá de R$ 0,06743 a R$ 0,07475.
O prazo para a implementação do novo sistema de cobrança irá ocorrer entre março e julho. Caso a migração não seja concluída até o dia 31 de julho, as operadoras poderão cobrar apenas a assinatura mensal dos consumidores.
Já a franquia, que hoje é de 100 pulsos para os assinantes residenciais, passará para 200 minutos. A franquia dos assinantes comerciais será de 150 minutos, contra os 90 pulsos hoje.