Leite pressiona cesta básica de Curitiba

O leite pressionou, e a cesta básica voltou a subir em Curitiba em junho, depois de dois meses seguidos de queda. Com alta dos preços em seis produtos e queda em sete, a cesta básica fechou o mês passado com variação positiva de 0,75%. Com este resultado, os alimentos acumulam no primeiro semestre do ano alta de 1,76% e, nos últimos 12 meses, alta de 6,78% – índice acima da inflação, que no caso do INPC é de 3,57% até maio.

?É um aumento sazonal. A tendência é que a cesta básica feche o ano abaixo da inflação?, apontou o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), Sandro Silva. Com exceção de 2005, desde 2003 os alimentos em Curitiba acumulam alta no ano menor do que a inflação, observou Silva.

Em junho, o leite foi o item que mais subiu em Curitiba: 11,96%, com o preço médio do litro passando de R$ 1,26 em maio para R$ 1,41 em junho. O preço do leite vem subindo desde março, acumulando alta de 30,55% no período. Em fevereiro, o litro custava R$ 1,08. Entre os fatores que vêm pressionando o preço estão a alta cotação do produto no mercado internacional, redução da oferta no mercado interno por conta de problemas climáticos – frio antecipado que prejudicou as pastagens – e aumento das exportações.

Outro item que pressionou a inflação foi o tomate, com alta de 9,41% depois de dois meses seguidos de queda. O quilo do produto, que chegou a custar R$ 3,17 em março, caiu para R$ 1,70 em maio e recuperou para R$ 1,86 em junho. Segundo Sandro Silva, caso os preços do tomate e do leite tivessem permanecido estáveis, ao invés de alta, a cesta básica teria registrado queda de 0,76% em junho. Outros produtos que pressionaram a cesta em Curitiba foram a farinha de trigo (com alta de 3,40%), o pão (3,28%), o açúcar (3,13%) e o óleo de soja (1,33%). Por outro lado, registraram queda nos preços a batata (-7,06%), o arroz (-2,86%), a banana (-2,22%), o feijão (-1,74%), a carne (-1,63%), a manteiga (-0,89%) e o café (-0,16%).

Quarta maior

Curitiba apresentou em junho a quarta cesta mais cara do País, entre 16 capitais pesquisadas, ao custo de R$ 170,94. A mais cara foi encontrada em Porto Alegre (R$ 194,77) e a mais barata em João Pessoa (R$ 134,07). Quanto à variação, Curitiba apresentou a sétima menor alta (0,75%). Sete capitais tiveram aumento da cesta e nove, queda. Para o Dieese, o salário mínimo brasileiro deveria ser de R$ 1.574,77.

Produtos de higiene e limpeza registram queda

Ao contrário dos alimentos, produtos de higiene e limpeza apresentaram queda de 0,40% nos preços em junho na comparação com maio. Os itens de limpeza registraram declínio mais significativo (-0,55%), influenciado sobretudo por produtos como esponja de louça (que ficou 6,36% mais barata, em média), amaciante (-4,85%) e sabão em pó (-0,67%). Já os produtos de higiene apresentaram queda de 0,29%, por conta da redução de preço do papel higiênico (-5,58%) e do creme para pele (-2,02%). Os dados fazem parte da pesquisa mensal feita pelo Dieese-PR, em parceria com a Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Paraná (Feaconspar).

Segundo Sandro Silva, do Dieese-PR, entre maio do ano passado e junho último, produtos de limpeza ficaram 5,05% mais baratos em Curitiba, enquanto itens de higiene acumulam queda de 1,34% nos preços. Para os trabalhadores da área de asseio e conservação, a queda nos preços desses produtos permite melhor negociação para o reajuste salarial. A data-base da categoria é fevereiro.

Além da variação de preços de um mês para outro, o Dieese-PR e a Feaconspar pesquisam a diferença entre o maior e o menor preço dos produtos. Nesse caso, as maiores variações foram observadas no balde (746,84% entre a maior e o menor preço), pano de chão (89,11%) e vassoura (74,50%).

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