Juros caem forte após corte de meio ponto na Selic

A volta do feriado foi animada para o mercado de juros, com muitos motivos para ajustes nas taxas. De um lado, a redução da Selic (taxa básica de juros da economia) para 12%, na quarta-feira, determinou uma correção técnica em todos os contratos no mercado de juros. De outro, a piora do humor externo ontem, quando os mercados aqui não operaram, levou muita gente a zerar posição. O saldo dessas duas correntes no mercado foi um volume de negócios excepcional na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e forte queda nas taxas.

O contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2008 movimento, sozinho, 1,221 milhão de contratos, contra média diária de cerca 200 mil. Sua taxa de juros ficou em 11,22% ao ano, bastante inferior aos 11,42% ao ano projetada no encerramento dos negócios na quarta-feira, antes do anúncio da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic.

O corte de meio ponto porcentual da Selic veio em linha com a expectativa da maioria dos especialistas, que enxergavam na inflação sob controle, na queda do dólar e no placar dividido da reunião do Copom de abril motivos para aceleração do ritmo de alívio monetário.

Mas, por causa da forte correção de preços dos ativos no exterior, que teve como pano de fundo a alta da inflação e aquecimento econômico nos EUA, a realização de lucros atingiu os negócios com DIs e, assim, as taxas encerraram a quarta-feira mostrando apenas 50% de chance de a Selic cair 0,5 ponto. Isso significa que, tecnicamente, todos os DIs tinham prêmio a ser devolvido nesta sexta-feira (8).

Por exemplo, o DI mais curto, para julho deste ano, ficou com taxa de 11,89%, ante taxa de 12,01% na quarta-feira. Também caíram os juros dos DIs mais longos, como o para janeiro de 2010 cuja taxa ficou em 10,35%, contra 10,46% anteontem.

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