Japão libera importação de manga

Brasília – O governo japonês anunciou ontem que vai autorizar a importação de manga brasileira, após 27 anos de negociações. Esse foi o resultado econômico mais concreto da visita de três dias do primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, ao Brasil. Ontem, após uma reunião de trabalho, ele foi homenageado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um almoço no Itamaraty. Os principais itens do cardápio foram alimentos que o Japão não importa por questões sanitárias: palmito (com salada verde), carne bovina (filé mignon com risoto de gorgonzola) e gratin de manga. “O Itamaraty não improvisa jamais”, disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, sorrindo, quando questionado sobre a escolha do menu.

Pela manhã, Koizumi foi recebido por Lula no Planalto. Eles falavam de futebol (o ex-jogador brasileiro Zico é técnico da seleção japonesa) quando o presidente resolveu pressionar. “Espero que os jogadores japoneses possam, em breve, chupar manga brasileira, porque aí eles ficarão mais fortes”, disse. “Pois então, a importação está liberada”, respondeu-lhe o japonês. Evidentemente, a medida já estava pronta. Só faltava anunciar.

Ainda no Planalto, Amorim aproveitou para mostrar a Koizumi que o Brasil é tão grande quanto um continente. Era uma forma sutil de argumentar contra a barreira japonesa à carne bovina brasileira. O Japão não compra carne de países onde a febre aftosa não tenha sido totalmente erradicada. Amorim tentou mostrar ao primeiro-ministro japonês que a distância entre uma ponta e outra do País é a mesma que separa vários países na Europa. Portanto, um foco da doença no Norte do Brasil, por exemplo, não tem nenhuma relação com a qualidade da carne produzida no Sul. Koizumi ouviu a explicação e disse que experimentou churrasco e gostou.

Outro merchandising feito pelo governo brasileiro foi o do jatinho Legacy, da Embraer, que levou o primeiro-ministro para o interior de São Paulo. Koizumi ficou surpreso em saber que a mesma aeronave é utilizada em vôos comerciais regionais. Ele comentou que essa podia ser uma boa alternativa também para seu país. “Vocês precisam fazer mais propaganda da Embraer no Japão”, disse Koizumi.

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