IPI cai e carro fica mais caro

Brasília – O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Ricardo Carvalho, afirmou ontem que o aumento no preço dos veículos é uma decisão de cada montadora e que a redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) teve caráter “estrutural”. “O que se encontrou foi uma alíquota intermediária para que se pudesse ter escala na produção de carros médios e para fazer uma migração do comprador de carros populares para carros médios”, disse, ao deixar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior após encontro com o ministro Sérgio Amaral. Segundo Carvalho, a migração dos compradores é um objetivo que já foi alcançado no mês de agosto com aumento do volume de vendas de carros médios e uma redução da venda de populares. O presidente da Anfavea afirmou que as montadoras não tinham assumido com o governo um compromisso de reduzir preços.

Ele justificou os reajustes mencionando a valorização do dólar e o aumento do preço do aço. “Hoje há 40% de ociosidade na indústria. Como a competição é muito elevada, qualquer aumento de preço é por pura necessidade”, afirmou. Ele relatou ter solicitado ao ministro agilidade para a entrada em vigor dos acordos comerciais com o México e com o Chile, já assinados, mas que ainda dependem da publicação de um decreto presidencial para entrarem em vigor.

Carvalho afirmou que o setor automotivo está interessado em iniciar discussões com o México para incluir no acordo automotivo o segmento de caminhões. Pelos acordos com o México e o Chile, haverá, dentro de cinco anos, livre comércio entre o Brasil e esses dois países. Carvalho acredita que o decreto saia até o fim deste mês.

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