Ipea considera que expansão da Selic é uma interrogação

A decisão do Copom  em ?ajustar? a Selic em meio ponto percentual gerou críticas em todos os setores da economia, como já era esperado. Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, por exemplo, a decisão ?não se justifica, porque a trajetória atual da inflação permanece dentro da meta estabelecida, não havendo sinais de alastamento da pressão inflacionária?.

Segundo Armando Monteiro, a ?decisão de aumentar os juros de forma mais agressiva em caráter de precaução é o resultado do descompasso entre as políticas fiscal e monetária?.

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, por sua vez, disse sobre a elevação da Selic, que, ?do ponto de vista do crescimento e do desenvolvimento nacional, a elevação neste momento coloca uma interrogação importante no ciclo de expansão dos investimentos. Essa é nossa preocupação fundamental?. O Ipea é vinculado ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

Controle

A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo BC (Banco Central) para manter a inflação sob controle. Se os juros caem muito, a população tem maior acesso ao crédito e consome mais. Este aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender esse maior consumo. Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento, a economia desacelera e evita que os preços subam.

Com a redução da taxa básica de juros (Selic), o BC também diminui a atratividade das aplicações em títulos da dívida pública. Assim, começa a ?sobrar? um pouco mais de dinheiro no mercado financeiro para viabilizar investimentos que tenham retorno maior que o pago pelo governo. É por isso que os empresários pedem corte nas taxas, para viabilizar investimentos.

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