IPCA-15 fecha mês de agosto com deflação

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou queda de 0,04% na Grande Curitiba em agosto. Foi o segundo menor resultado entre as onze regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao lado de Salvador e Belém, que registraram os mesmos índices. Em nível nacional, o IPCA-15 subiu 0,19% – impulsionado, sobretudo, por alimentos e combustíveis -, ante deflação de 0,02% registrada em julho. Apesar do aumento da taxa, divulgada ontem pelo IBGE, economistas avaliam que o índice confirma que não há nenhum motivo para preocupação com o aumento de preços nos próximos meses.

O IPCA-15 é calculado pela mesma metodologia do IPCA -índice que é referência para as metas de inflação do governo -, diferindo-se apenas no período de coleta. No acumulado do ano, a taxa atingiu 1,89% até agosto e, em 12 meses, ficou em 3,82%.

Na Grande Curitiba, a deflação foi resultado sobretudo da queda do preço da energia elétrica (-2,41%) – enquanto na média brasileira houve redução de 0,62% -, e da estabilidade nos preços dos combustíveis: 0,01% contra alta de 0,57% em nível nacional. Segundo o IBGE, houve queda de 0,22% no preço da gasolina, de 0,44% no óleo diesel e alta de 2,68% no álcool combustível. Já na média do País, os três combustíveis ficaram mais caros: aumento de 0,46% na gasolina, de 1,87% para o álcool e 0,22% no caso do óleo diesel.

Nova ponderação

Agosto foi o primeiro mês em que o IPCA-15 foi calculado de acordo com a nova ponderação de preços do IBGE, baseada na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2002-2003 e que já foi a base de cálculo para o IPCA fechado de julho.

Apesar da mudança metodológica, a economista-chefe da Mellon Global Investments Brasil, Solange Srour, explicou que as taxas do IPCA-15 de julho e agosto são ?plenamente comparáveis? nas principais influências de alta, que foram os produtos alimentícios e bebidas (-0,02% em julho para 0,18% em agosto) e os combustíveis (-1,06% em julho para 0,57% em agosto).

Ela acredita que os dados do IPCA-15 de agosto apontam para uma inflação entre 0,20% e 0,25% no IPCA fechado do mês e avalia que este é mais um índice que confirma que não há motivo de preocupação com a inflação nos próximos meses.

Os técnicos do IBGE não comentam os dados do IPCA-15. Marcela Prada, da Tendências Consultoria, observou que os dados mostram que, para a inflação, ?o quadro, de um modo geral, continua bem favorável?. Ela ressaltou que a recuperação nos preços dos produtos alimentícios está ocorrendo ?de forma muito lenta?, o que explica a taxa abaixo do que a consultoria esperava (0,22%).

Segundo o IBGE, a principal pressão sobre o grupo de alimentação e bebidas veio das frutas (11,32%) e do arroz (3 80%). Outro destaque de alta no mês foi a tarifa dos ônibus intermunicipais (3,13%) e interestaduais (5,97%), que levaram as despesas do grupo transportes a um aumento de 0,23%. Além disso, o pagamento de salário dos empregados domésticos (2,26%) teve destaque no IPCA-15 do mês, ainda refletindo parte do reajuste do salário mínimo ocorrido em abril.

Entre os itens em queda, os destaques ficaram com os artigos de vestuário (-0,27%), de limpeza (-0,41%), energia elétrica residencial (-0,55%), telefone fixo (-0,70%) e automóvel usado (-0,88%).

Das 11 regiões pesquisadas pelo IBGE, quatro registraram queda no IPCA-15 – Salvador, Belém e Curitiba (-0,04% cada) e Recife (-0,09%) – e sete, alta. A maior inflação foi verificada em Brasília, com aumento de 0,91%. 

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