Fazer a cabeça das pessoas, literalmente, pode ser um bom negócio. Em Curitiba e Região Metropolitana, segundo dados do Sindicato dos Institutos de Beleza, Salões de Cabeleireiros, dos Centros de Estética e Similares de Curitiba e Região Metropolitana, há perto de 12 mil salões, numa média de 150 salões por bairro. Apesar da concorrência evidente, um salão bem administrado, pode garantir bons rendimentos.
?O conceito da beleza e da vaidade está cada vez mais forte e hoje não atinge apenas as mulheres. Os homens também estão procurando mais os salões?, diz a presidente do sindicato, Maria Deli Medeiros de Medeiros.
Segundo a empresária, um salão médio, com 15 profissionais – molde de grande parte dos estabelecimentos localizados em bairros – pode gerar um faturamento bruto mensal de R$ 80 mil reais. ?O investimento inicial é de aproximadamente R$ 100 mil reais e uma vez firmada a clientela, os lucros são certos?, diz Maria Deli, que mantém um salão no bairro Água Verde há 20 anos.
Porém o sucesso do empreendimento depende muito de como é feita a administração. Apesar de muitos salões estarem abrindo as portas, outros tantos fecham antes que comecem a render dividendos. ?O grande problema é quando uma pessoa que desconhece o mercado se arrisca. O ideal é que a pessoa tenha experiência profissional na área.?
O motivo é simples. Muitos donos de salão ficam à mercê do que os funcionários determinam, sem saber se os gastos totais são realmente os necessários. A empresária Jacyrema Dal Boit penou com o seu salão, localizado dentro do Angeloni do Água Verde. ?Decidi abri o salão por influência do meu cabeleireiro e por conhecer pouco do mercado, demorou para acertar uma boa equipe.? Além de alguns profissionais de qualidade duvidosa, Jacyrema passou por calotes dentro do próprio estabelecimento. ?Aprendi a duras penas e cheguei a me arrepender. Hoje tenho um lucro razoável, mas penei para chegar até aqui?, diz a empresária, que há dois anos comanda o Novo Conceito.
Outro alerta para aqueles que pretendem investir no setor é ter consciência de que a mão-de-obra pode até ser farta, porém a qualidade não é proporcional à fartura. ?Hoje há muitos cursos que duram dois meses e lançam o profissional do mercado. Daí a necessidade do administrador do salão conhecer bem do assunto.?
Grande
Apesar do crescimento em estabelecimentos em bairros ser flagrante, especialmente pela busca de tratamento mais próximo, os grandes empreendimentos do setor insistem em investir pesado. Em dezembro, a rede Lady & Lord inaugurou um salão de grandes proporções no último andar do Shopping Mueller. A área total do estabelecimento é de 1.800 m e 350 colaboradores, entre cabeleireiros, maquiadores, manicures, depiladores e esteticistas.
Segundo o proprietário Kyrlei Boff, o investimento inicial passou de R$ 1 milhão, mas o retorno tem sido acima do esperado. ?Quando inauguramos o novo salão, esperávamos um aumento no faturamento em 20%, mas já chegamos a 40%?, comemora.
Com 25 anos de experiência, Boff reitera as palavras de Maria Deli e alerta que o mercado, apesar de lucrativo, está cada vez mais concorrido. ?Em um mundo em que as pessoas cada vez mais se preocupam com a aparência, a procura pela beleza é crescente. Porém o mercado já se acordou para isso e a concorrência é grande.?
O segredo, como em toda a área, é ter muito profissionalismo e encarar o empreendimento como um grande negócio.