Investimentos no Brasil foram “tímidos” em maio

Brasília – Os investimentos diretos estrangeiros no Brasil em maio devem somar US$ 500 milhões, um fluxo considerado tímido pelo Banco Central (BC), que deverá baixar no próximo mês a estimativa de US$ 13 bilhões de investimentos no ano. A informação foi divulgada ontem pelo chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Segundo ele, o recursos que estão ingressando agora refletem decisões tomadas pelos investidores há seis meses, “no ápice da volatilidade da economia brasileira”.

Lopes afirmou ainda que há uma retração no fluxo de investimentos em todo o mundo e que os resultados dos quatro primeiros meses do ano já eram previsíveis.

No mês de abril, os investimentos estrangeiros diretos foram de US$ 796 milhões. Os principais investidores foram os Estados Unidos, com US$ 498 milhões, Países Baixos (US$ 481 milhões), Ilhas Cayman (377 milhões) e França (US$ 368 milhões). Portugal investiu no Brasil apenas US$ 4 milhões em abril.

O resultado de abril é muito superior ao US$ 284 milhões de março, mas registra uma queda significativa em comparação com o mesmo mês do ano passado, quando o volume de investimentos estrangeiros totalizou US$ 1,964 bilhão.

No período de janeiro a abril, os investimentos diretos estão acumulados em US$ 2,773 bilhões, contra US$ 6,659 bilhões no mesmo período de 2002.

Apesar da queda dos investimentos diretos, houve um aumento da taxa de rolagem dos empréstimos de médio e longo prazo do setor privado. A taxa de rolagem para papéis em abril foi de 349%.

“Hoje temos, além dos investimentos estrangeiros, a retomada de créditos, que são mais do que suficientes para financiar as transações correntes”, disse Altamir Lopes.

Em abril, mês de concentração de vencimentos da dívida externa, o Brasil registrou um déficit de US$ 966 milhões de dólares, melhora de mais de US$ 1 bilhão em comparação a abril de 2002. O balanço de pagamentos no mês foi deficitário em US$ 1,2 bilhão.

Para maio, a previsão do BC é de que o País apresente um superávit em transações correntes de US$ 400 milhões de dólares.

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