Investimentos exigem planejamento estratégico

“Planejamento estratégico não é apenas uma série de ações para atingir objetivos e metas, mas uma conspiração para o sucesso que hoje se faz indispensável no mundo.” A definição é do professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), engenheiro e pesquisador Luiz Fernando da Silva Pinto, do Rio de Janeiro.

Ontem de manhã, Luiz Fernando esteve no Hotel Rayon, em Curitiba, proferindo palestra sobre o assunto a empresários luso-brasileiros. Atualmente, os portugueses investem cerca de US$ 5 bilhões ao ano no Brasil e representam uma ponte considerada importante entre os brasileiros e a comunidade européia.

Segundo o professor, planejamento estratégico consiste na simplificação de problemas, no estabelecimento de metas, na obtenção de informações e na transformação destas em oportunidades e ameaças. “Estratégia não é um jogo de palavras. É algo que, se feito de forma séria, pode mudar o destino de pessoas, famílias e organizações”, afirmou. “Onde existe sorte e sucesso, existe com certeza maturidade estratégica.”

Luiz Fernando acredita que o empresariado brasileiro ainda não pensa com seriedade em estratégia e que este é atualmente o grande desafio do País. Se tivesse que ser dada, de acordo com o professor, uma nota de 0 a 10 para a competência ou maturidade estratégica do Brasil, esta não passaria de 3,5, embora haja regiões dignas de notas maiores que 5,0. “O Brasil tem uma grande sinergia mundial. Entretanto, a falta de visão e habilidade estratégica, tanto por parte do governo quanto da sociedade, é bastante preocupante”, declarou. “O planejamento estratégico é, sem dúvida alguma, uma pré-condição para o alcance do sucesso em todas as áreas.”

Durante a palestra, o Estado do Acre foi definido como o de maior maturidade estratégica. “No Acre, governo e sociedade trabalham juntos pelo alcance de objetivos. Os projetos costumam ser bem definidos e muitos demonstram grande vontade estratégica e espírito empreendedor.” Na seqüência foram considerados competentes estrategicamente os estados do Amazonas, Ceará e as cidades de São Luís, no Maranhão, e Salvador, na Bahia. O Rio de Janeiro foi apontado como um estado que pensa de forma estratégica graças a ações de pequenos e médios empresários.

A capital paranaense foi definida como a única região do Sul do País com “altíssima” maturidade. “Curitiba tem uma grande competência estratégica. Se tivéssemos que dar-lhe uma nota de 0 a 10 com certeza a capital paranaense obteria média acima de 7. É uma cidade capaz de captar oportunidades e eliminar ameaças, sendo o grande destaque do Sul do País”, revelou.

O professor é autor de seis livros, sendo a maioria editado pela FGV. Entre eles: “Social Inadiável”, “Pedro O Grande, o Caçador do Tempo” e “Gestão Cidadã – Ações Estratégicas para a Participação Social”. Até maio do próximo ano, mais dois títulos devem ser lançados: “O homem, o arco e a flecha” e “O Gafanhoto Caladão e o Grilo Falante”.

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