Investimento no porto será de R$ 90 milhões

porto291204.jpg

Berços de atracação serão
dragados para permitir acesso
de navios de maior peso.

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) anunciou a publicação de quatro editais de licitação para obras de melhorias no Porto de Paranaguá. Juntas, as concorrências somam mais de R$ 90 milhões e representam, segundo o superintendente da Appa, Eduardo Requião, um salto importante nas melhorias planejadas para o terminal portuário. Entre os quatro editais de licitação publicados, está o que trata da instalação de infra-estrutura em retroportuária na Vila da Madeira, num investimento de R$ 1,2 milhão, totalmente viabilizados pela autarquia.

A segunda licitação remete à construção de um novo armazém graneleiro com capacidade para 107,8 mil toneladas. A nova estrutura, orçada em mais de R$ 39,2 milhões – pagos com recursos próprios da Appa – , contará com dois novos tombadores com 25 metros de comprimento cada, que atenderão caminhões de grande porte, os chamados rodotrens. Também será instalada uma balança rodoviária com capacidade para até mil toneladas.

O novo silo horizontal do Porto de Paranaguá será construído ao lado do silo vertical, o conhecido "silão", que tem capacidade para 100 mil toneladas. Segundo o superintendente da Appa, a exemplo do "silão", o novo armazém irá operar com o fluxo de grãos, ou seja, a mercadoria que chegar ao porto deverá estar nominada para ser imediatamente embarcada. A abertura da licitação acontecerá no dia 3 de fevereiro, às 14h. O edital estará disponível aos interessados de 3 de janeiro a 2 de fevereiro de 2005.

Cais Oeste

Já está na praça, também, a concorrência para execução de obras e serviços de ampliação e recuperação da infra-estrutura portuária, totalizando um investimento de mais de R$ 36,5 milhões.

A licitação desta primeira etapa compreende a remodelagem do Cais Comercial, com melhorias nos berços 201 e 202 (num total de 180 metros de extensão), 206, 207 e 208 (em 180 dos 400 metros existentes) e nos berços de atracação 212 e 213. As melhorias na estrutura possibilitarão o aumento da profundidade do cais que hoje possui trechos com 8,7 metros, 10,7 metros e 12,7 metros. Com as obras, os berços poderão ser dragados e chegarão a profundidades iguais de 13,7 metros.

Do orçamento total das obras caberá ao governo federal uma participação de 80% dos investimentos, repassados através do Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre – Dnit. Os 20% restantes serão oriundos de recursos da própria Appa.

O edital para esta primeira fase das obras do Cais Oeste estará disponível de 1.º de fevereiro a 4 de março de 2005. A abertura da licitação acontecerá dia 7 de março de 2005, na sede da autarquia.

Área primária

Para concluir o rol de licitações anunciadas e finalizar a soma dos mais de R$ 90 milhões que serão investidos em melhorias no Porto de Paranaguá, Eduardo Requião salientou as benfeitorias que serão feitas na área primária do terminal paranaense. A licitação, que tem um preço global máximo de mais de R$ 13,6 milhões – valor custeado pela Appa -, trata da execução de obras e serviços de reabilitação e melhoramento do sistema viário e administrativo internos da área primária.

Armazéns vão facilitar escoamento da safra

As filas de caminhões que se formam ao longo da BR-277, no trecho entre Curitiba e o Porto de Paranaguá, durante os períodos de escoamento da safra, deixarão de existir. Os armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Ponta Grossa, estão sendo transformados em área retroportuária. A superintendência da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) está concluindo a formalização do protocolo de intenções que será assinado com a Conab, no início de janeiro, com o objetivo de viabilizar o projeto já para a próxima safra agrícola, que começa a ser escoada em março.

Segundo o superintendente do terminal, Eduardo Requião, serão beneficiados principalmente os pequenos produtores e exportadores que não têm recursos para construir armazéns na área primária e que, por isso ficam obrigados a armazenar seus produtos na estrada, ou seja, nos caminhões graneleiros.

O armazém da Conab funcionará como um "silo-pulmão" do porto, explicou o superintendente. Paranaguá aumentará a capacidade de armazenagem em 420 toneladas que, somadas a 1,1 milhão já existentes, utrapassará 1,5 milhão de toneladas. Assim como os silos públicos de Paranaguá, os de Ponta Grossa também serão de fluxo e contarão com dois meios de transporte para escoar a safra: rodoviário e ferroviário.

A fila de navios também será agilizada com a pronta oferta do produto. "Cerca de US$ 1 milhão por noite são jogados no mar devido ao carregamento demorado de navios. São 3.500 caminhões por dia aguardando a vez de escoar a carga, o que piora na época de chuva", disse Eduardo Requião. Na medida em que a logística está qualificada para o recebimento e para o escoamento da safra, o demurrage (valor pago pelos armadores pelo tempo de espera do navio) cai praticamente a zero, explicou o superintendente, porque haverá sincronia, com comunicação on-line com Ponta Grossa.

A idéia do superintendente é que o projeto seja estendido para outros armazéns da Conab, espalhados pelo Brasil, que poderão funcionar também como silos de fluxo de grãos.

Segundo os cálculos da administração, essa parceria em Paranaguá permitirá que a carga seja escoada em 100 vagões por dia, percorrendo uma distância de 200 quilômetros de forma rápida e direta até os navios. A estimativa é de que durante o pico da safra sejam utilizados cerca de 70% da capacidade do complexo.

Voltar ao topo