Integração à Alca divide empresários

A adesão do Brasil, assim como de outros países em desenvolvimento, à Alca (Área de Livre Comércio das Américas) não deverá ocorrer a curto prazo. A participação das economias deverá ser discutida à exaustão, porque ainda existem muitas implicações nessa participação. Essas foram algumas das questões levantadas durante o Fórum Alca – Uma Visão Internacional, que foi realizado ontem em Curitiba.

A promoção foi da Federação das Associações Comerciais e Industriais e Agropecuárias do Paraná (Faciap) e da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (Usaid). O mesmo evento já foi desenvolvido em Salvador, Fortaleza e Recife, e até 2004 será em Florianópolis, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília. Para o presidente da Faciap, Jefferson Nogaroli, esses eventos são uma oportunidade de discutir melhor o assunto, trazendo suas implicações para a realidade de cada estado.

Na visão de Nogaroli, o Brasil tem condições de estar entre os 34 países que deverão formar a área de livre comércio, porém essa decisão deverá ser analisada com critérios. Isso porque, avalia, alguns setores serão favorecidos, e outros não. “O setor da indústria, máquinas e tecnologia podem encontrar obstáculos, não por causa da competitividade, mas em função da carga tributária e logística. Já o agronegócio não teria tanta dificuldade”, falou. Nogaroli defende o fortalecimento do Mercosul antes de se optar pela adesão.

Para o economista e coordenador-técnico da sessão brasileira do Mercoex (Conselho de Comércio Exterior do Mercosul), Mauro Laviola, as negociações com a Alca podem acontecer independente do Mercosul. “O Mercosul já existe como bloco, apesar de existirem dissidências, mas o processo pode se desenvolver paralelamente”, falou. Laviola não acredita que as negociações sobre a adesão a Alca encerrem em 2005.

Amorim reage à acusação de isolamento

Brasília

(AE) – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, negou que o Brasil esteja se isolando nas negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Segundo ele, a posição do Brasil faz parte de uma proposta conjunta do Mercosul, feita pelos quatro membros do bloco, com elementos que foram sugeridos por outros países. “O que nós queremos é uma Alca sobretudo equilibrada, tão abrangente quanto possível, e equilibrada”, disse Amorim, ao sair de uma palestra no Instituto Rio Branco no fim da tarde.

“Agora, (a proposta da Alca) não pode ser abrangente por um lado e restritiva para o outro”, disse o ministro.

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