Inflação para baixa renda sobe a 1,40% em março

A inflação sentida pelas famílias de baixa renda acelerou em março. É o que mostra o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre um e 2,5 salários mínimos. No mês passado, o indicador subiu 1,40%, após avançar 0,90% em fevereiro. Com este resultado, o IPC-C1 acumula altas de 3,66% em 2010 e de 6,00% nos últimos 12 meses, até março.

A taxa do IPC-C1 em março também ficou acima da inflação média apurada entre famílias mais abastadas, com renda mensal entre um e 33 salários mínimos, mensurada pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), e que subiu 0,86% em março. As taxas de inflação acumuladas em 2010 e em 12 meses do IPC-C1 também foram maiores do que as apresentadas pelo IPC-BR, que acumula elevações de 2,86% e de 5,17%, respectivamente no ano e em 12 meses até março.

Das sete classes de despesa usadas para cálculo do IPC-C1, quatro apresentaram aceleração da alta de preços ou fim de deflação na passagem de fevereiro para março. É o caso de Alimentação (de 1,41% para 3,31%), Saúde e Cuidados Pessoais (de -0,01% para 0,37%), Educação, Leitura e Recreação (de -0,45% para 0,23%) e Despesas Diversas (de -0,13% para 0,48%). As outras classes de despesa apresentaram desaceleração da alta de preços ou deflação mais intensa no mesmo período. É o caso de Transportes (de 2,67% para 0,37%), Habitação (de 0,12% para 0,08%) e vestuário (de -0,58% para -0,91%).

A FGV informou ainda que, em março, entre os produtos pesquisados para cálculo do IPC-C1, as mais expressivas elevações de preços foram detectadas em tomate (47,85%), batata inglesa (14,47%) e leite tipo longa vida (8,16%). Já as mais expressivas quedas foram registradas em vestido e saia (-4,12%), tarifa de eletricidade residencial (-0,52%) e manga (-9,40%).