Inflação de Curitiba foi a quarta maior do País

Curitiba registrou em agosto a quarta maior taxa de inflação do País, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): 0,44% -contra 0,29% em julho. Com este resultado, o custo de vida da capital paranaense superou a variação nacional de 0,34%, que ficou 0,14 ponto percentual acima do índice do mês anterior, porém 0,31 ponto percentual inferior ao de agosto de 2002 (0,65%). O maior índice foi o de Belém (0,92%) e o menor, o de Fortaleza (0,03%). Nas outras capitais, as taxas foram as seguintes: Brasília (0,53%), Rio de Janeiro (0,51%), Goiânia (0,43%), Porto Alegre (0,42%), Belo Horizonte (0,36%), São Paulo (0,24%), Recife (0,09%) e Salvador (0,07%).

No ano, o IPCA acumula alta de 7,22%, frente a 4,85% no mesmo período de 2002. A Região Metropolitana de Curitiba teve a menor taxa acumulada entre as onze pesquisadas pelo IBGE: 6,04%. A maior foi verificada em Belo Horizonte (8,97%). Nos últimos doze meses, o indicador nacional registra variação de 15,07%, um pouco abaixo do acumulado nos doze meses anteriores (15,43%). O IPCA é calculado a partir das variações de preços para famílias com rendimento mensal entre um e quarenta salários mínimos.

No País, a alta de 0,34% em agosto refletiu aumentos da gasolina (0,37%, após cinco meses de queda), da energia elétrica (2,03%) e da carne bovina (que passou de 0,73%, em julho, para 2,30%). Mesmo assim, o grupo alimentação e bebidas teve queda, de 0,27%, só que menor que a de julho (-0,67%). A maioria dos produtos apresentou redução em seus preços, com destaque para batata-inglesa (-20,43%), tomate (-18,28%), feijão carioca (-7,29%) e cebola (-4,31%). Os produtos não-alimentícios encareceram 0,53%. Além da alta da gasolina, o álcool recuou menos: -0,52% contra -10,28% em julho. Já a elevação da energia elétrica foi influenciada pelos reajustes das tarifas em São Paulo e Belém.

Em Curitiba, a variação por grupos de produtos e serviços foi a seguinte: alimentação e bebidas (-0,68%), habitação (0,27%), artigos de residência (0,27%), vestuário (-0,60%), transportes (1,39%), saúde e cuidados pessoais (0,48%), despesas pessoais (1,24%), educação (0,40%) e comunicação (1,26%).

“Inflação dos pobres”

Para as famílias de menor poder aquisitivo – com renda mensal entre um e oito salários mínimos – a inflação foi menor no mês passado. O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) fechou em 0,18% – contra 0,04% em julho. De janeiro a agosto, a elevação foi de 8,08%. O percentual de alta passa para 17,53% no acumulado dos últimos doze meses. Em agosto do ano passado, o INPC teve incremento de 0,86%. O maior índice regional foi o de Belém (0,65%) e o menor em Recife (-0,34%).

Curitiba apresentou a quarta menor variação entre as onze regiões pesquisadas pelo IBGE (0,16%, ante 0,19% em julho). No acumulado do ano, registra o segundo menor índice do País: 6,24%, só maior que o de Belém (6,00%).

Deflação no IGP-M

A primeira prévia de setembro do IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) registrou inflação de 0,69%, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas). A primeira prévia do IGP-M do mês anterior apontou estabilidade nos preços (inflação zero). No ano, o IGP-M acumula alta de 6,59%. Nos últimos 12 meses, a taxa alcança 20,84%.

Os preços no atacado, medidos pelo IPA (Índice de Preços do Atacado), apresentaram alta de 0,96%, após uma queda de 0,17% na primeira prévia de agosto.

Os preços no varejo, medidos pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor), subiram 0,23% depois de uma alta de 0,10% na primeira prévia anterior. O INCC (Índice Nacional do Custo da Construção) caiu 0,16% ante alta de 0,94%.

A primeira prévia do IGP-M de agosto foi calculada com base em preços coletados entre os dias 21 e 31 de julho.

O IGP-M é composto pelo IPA, IPC e INCC, cujos pesos são de 60%, 30% e 10%, respectivamente.

Índice dentro das expectativas

O resultado do IPCA está dentro das expectativas do mercado – exatamente 0,34%, na média das expectativas divulgadas semanalmente pelo Banco Central – e aumenta as apostas em um novo corte da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, na próxima semana. A inflação apontada, no entanto, é a maior desde maio, quando os preços haviam subido 0,61%. Em julho, o índice havia ficado em 0,20%.

A explicação do otimismo dos agentes de mercado em relação a um novo corte dos juros deve-se, principalmente, ao fato de que a inflação vem subindo bem lentamente apesar das três reduções na Selic promovidas nos últimos três meses.

Além disso, o resultado de 0,34% é o mais baixo para meses de agosto – quando a taxa normalmente sofre pressões de alta devidos aos reajustes anuais de tarifas públicas – desde 1998.

Por isso, a maioria dos analistas de mercado continuam apostando em um corte de 1,5 a 2 pontos percentuais nos juros – que atualmente estão em 22% ao ano -na próxima quarta-feira, quando termina a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).

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