Indústria produziu menos 2,7% em setembro

A produção industrial do Paraná caiu 2,7% em setembro na comparação com agosto, conforme pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O recuo ocorreu em oito dos 14 locais investigados – a queda mais acentuada foi em Goiás (-7,2%). Na média nacional, divulgada no início desta semana, a queda foi de 1,4%.  

Na comparação com setembro do ano passado, o desempenho da indústria do Paraná também não foi bem. Houve queda de 8% na produção, o quarto resultado negativo consecutivo. Com isso, a produção industrial paranaense acumula no ano queda de 3,6% e, nos últimos 12 meses, queda de 4,1%.

Em relação a setembro de 2005, seis das 14 atividades pesquisadas tiveram taxas negativas no estado. O maior destaque foi veículos automotores (-51,6%). Vale também citar as contribuições negativas de madeira (-14,8%) e refino de petróleo e produção de álcool (-4,9%). Por outro lado, as maiores influências positivas vieram de edição e impressão (19,3%) e de máquinas e equipamentos (16,8%).

De acordo com o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), Cid Cordeiro, a queda acentuada no segmento de veículos automotores se deve a dois fatores: a greve de quatro dias úteis dos metalúrgicos das montadoras Volvo, Renault e Volkswagen, no final de setembro, e a decisão de uma empresa importante do setor automotivo que vem mudando seu mix de produtos.

Em nível nacional, o setor mostrou crescimento em 11 dos 14 locais pesquisados na comparação com setembro do ano passado. As maiores expansões foram registradas nos estados do Pará (13,7%), Espírito Santo (12,6%) e Ceará (10,8%). Com as maiores taxas negativas aparecem as indústrias de Goiás (-1,0%), Rio de Janeiro (-2,2%) e Paraná (-8,0%).

No acumulado no ano (-3,6%), oito ramos apresentaram queda no Paraná. As maiores contribuições negativas vieram de veículos automotores (-22,2%), madeira (-13,1%) e produtos químicos (-6,3%). Por outro lado, a principal pressão positiva veio de alimentos (4,7%).

Segundo Cid Cordeiro, o fraco desempenho da indústria paranaense este ano se deve em grande parte à crise da agroindústria. ?Todos os estados com forte presença da agricultura estão com resultados inferiores à média nacional?, apontou.

 Em bases trimestrais, observa-se no Paraná a manutenção de resultados negativos há cinco trimestres consecutivos, nas comparações contra igual período do ano anterior. No terceiro trimestre de 2006, o recuo de 3,3% revelou aceleração no ritmo de queda, uma vez que o segundo apontava taxa de -2,1%. Acompanharam esse movimento cinco atividades, com destaque para veículos automotores (de -15,4% para -33,3%).

Setores específicos

De acordo com o IBGE as quedas na passagem de agosto para setembro não foram generalizadas, atingindo setores específicos. No caso de São Paulo, por exemplo, o resultado foi puxado pelo recuo nas indústrias de veículos automotores por causa das greves dos metalúrgicos; enquanto em Goiás as indústrias que contribuíram para o recuo foram de produtos químicos e alimentos e bebidas.

?As quedas regionais de agosto para setembro acompanharam o resultado nacional no período, que também apontou um recuo de 1,4%, porém isso não significa que a atividade industrial como um todo esteja se retraindo. Foi pontual, já que o setor veio de dois meses de resultados positivos?, avaliou o coordenador da pesquisa do IBGE, André Macedo. 

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