Indústria plástica debate alternativas para o setor

A indústria plástica, um dos termômetros da economia, por estar presente em diversos setores, está buscando alternativas para enfrentar a recessão. Até o momento, não houve programas de demissão, mas as empresas estão adotando redução de jornada de trabalho e reformulação do banco de horas para manter os empregos.

A reativação do consumo passa necessariamente pela aprovação das reformas da Previdência e tributária, além de políticas de governo a curto, médio e longo prazo, aponta Dirceu Galléas, presidente do Simpep (Sindicato da Indústria de Material Plástico do Paraná). Ele participou ontem, em Curitiba, do 1.º Fórum Sul-Brasileiro do Setor Plástico, que reuniu 170 empresários.

O presidente do Simtep, José Ricardo Roriz Coelho compara a recessão deste governo ao da época do ex-presidente Collor, quando havia muita expectativa de crescimento. “Aparentemente houve um crescimento da economia no primeiro trimestre do ano, o que geralmente estimula a indústria, já que é uma época normalmente fraca”. Segundo Coelho, o que houve foi a melhor época para o setor nos últimos tempos, mas a explicação para este fato é que com a recessão mundial, guerra e outras influências da globalização, as indústrias investiram no estoque e conseguiram esvaziar suas reservas, dando um aparente crescimento da economia – o que não é real porque não foi proveniente da produção. Em compensação, o segundo trimestre deste ano foi o pior de todos os tempos, com redução de 30% em comparação aos outros anos, porque sem produção ou consumo não há crescimento.

Na avaliação do presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), Mehreg Cachum, “o remédio dado pelo Governo Lula foi muito forte (o aumento da taxa de juros para 26%) e que com isso, dificilmente a indústria vai poder investir, porque nestes termos, não há quem queira buscar investimentos, empréstimos, etc…”. Segundo ele, o foco da indústria neste momento é de produzir, trabalhar, pagar impostos e combater a sonegação fiscal, para favorecer as indústrias sérias. Porém, caso continue nesse ritmo, “a indústria plástica não vai mais agüentar e vai acabar quebrando e demitindo”. O setor plástico representa 2% do PIB no Brasil e de 8 a 10% no Paraná.

O empresário Celso Gusso, da Arauplast, conta que por enquanto ele ainda não demitiu na empresa, mas como ele também coordena nacionalmente o projeto de exportação nacional de materiais plásticos, está otimista que neste encontro sairá um bom projeto para sensibilizar a cadeia produtiva e tornar o produto a preços competitivos.

No Paraná, há mais de 400 indústrias no setor plástico, que produzem anualmente mais de 300 mil toneladas de produtos.

“Este ramo emprega mais de 20 mil pessoas no Estado e está pronto para voltar a crescer e gerar mais empregos ainda, porque o nosso País está precisando muito disso”, afirma Galléas.

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