Indústria fecha 2006 com queda de 1,6%

A produção industrial do Paraná encerrou 2006 com queda de 1,6%, depois de três anos seguidos de crescimento. Entre os setores responsáveis pelo desempenho negativo estão veículos automotores, cuja produção recuou 20,5% no ano passado, e madeira, com queda de 12,7%. Além do Paraná, apenas os Estados do Amazonas e Rio Grande do Sul apresentaram queda na produção em 2006, de 2,2% e 2%, respectivamente. Em outras 11 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve crescimento.  

De acordo com a economista Fernanda Vilhena, da Coordenação da Indústria do IBGE, apesar do resultado negativo no acumulado do ano, a indústria do Paraná dá sinais de recuperação. ?O indicador trimestral (comparação de um trimestre com o período imediatamente anterior) mostra que a produção passou de -2,9% no terceiro trimestre para 4,7% no quarto, mostrando uma recuperação. A melhora, porém, não foi suficiente para reverter o resultado negativo do ano?, apontou a economista.

Dos 14 setores pesquisados no Paraná, nove registraram crescimento na produção e cinco queda. A redução no setor de veículos automotores – atividade que representa 10% da indústria paranaense – foi puxada sobretudo pela queda na produção de caminhões e de peças para veículos. Na indústria madeireira, fabricou-se menos madeira compensada e folhas de madeira. Na outra ponta, a indústria de alimentos – que exerce maior peso na indústria paranaense, de 25% – registrou crescimento de 5,8%, puxado sobretudo pela produção de açúcar e óleo de soja. Também a atividade de edição e impressão ficou bem: crescimento de 10,7%, por conta principalmente da produção de livros didáticos.

A última queda da produção industrial no Paraná havia sido registrada em 2002, quando o recuo foi de 2,5%. Desde então, seguiram-se três resultados positivos: de 5,7% em 2003, 10,1% em 2004 e 1,3% em 2005.

Na comparação de dezembro com novembro, a produção industrial do Paraná avançou 3,2% – o terceiro resultado positivo consecutivo. Na comparação com dezembro de 2005, houve expansão de 2,7%, com oito das 14 atividades pesquisadas assinalando taxas positivas. Os maiores impactos vieram de edição e impressão (com crescimento de 33,4%), seguido por outros produtos químicos (29,0%) e alimentos (3,8%). Por outro lado, os maiores destaques negativos foram veículos automotores (-8,5%) e madeira (-10,3%).

País

Em nível nacional, a produção industrial cresceu em 11 das 14 regiões pesquisadas. A maior expansão ocorreu no Pará. Sustentada pelo dinamismo dos produtos tipicamente de exportação, como minério de ferro e alumínio, a indústria paraense deslanchou e apresentou taxa positiva de 14,2%, bem acima da média brasileira, que ficou em 2,8%.

O Ceará e o Espírito Santo vieram logo em seguida, com crescimentos de 8,2% e de 7,6% respectivamente, também beneficiados pela exportação de commodities. Outras regiões que tiveram desempenho acima da média foram Pernambuco (4,8%), Minas Gerais (4,5%), parte da Região Nordeste (3,3%), Bahia (3,2%) e São Paulo (3,2%). Cresceram abaixo da média Goiás (2,4%), Rio de Janeiro (1,9%) e Santa Catarina (0,2%).

Segundo o economista André Macedo, do IBGE, os locais que têm estrutura industrial pouco diversificada e apoiada em commodities foram aqueles que apresentaram os melhores resultados de produção em 2006. Já a perda de dinamismo nas exportações de telefones celulares fizeram com que o Amazonas, região destaque no desempenho regional da indústria em 2004 e 2005, registrasse queda de 2,2% na produção em 2006. 

Voltar ao topo