São Paulo (AE) – As incertezas no cenário econômico, com a alta do dólar e a frustração das expectativas de redução das taxas de juros, influenciaram negativamente as vendas de veículos nas últimas semanas. A opinião é do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Ricardo Carvalho.
“Todo o clima de incerteza gerado também pela indefinição do quadro eleitoral afetou fortemente a decisão de compra de veículos”, sustentou. Para Carvalho, a nova safra de lançamentos de veículos, que está chegando agora às concessionárias, também postergou as compras.
Além disso, ele lembrou que cerca de 70% das vendas de veículos são financiadas e que, portanto, a manutenção das taxas de juros pode ter frustrado os planos dos consumidores.
Varejo
As vendas de veículos no varejo (das concessionárias para os consumidores) caíram 10,7% de abril para maio, passando de 137,1 mil unidades para 122,4 mil veículos no mês passado.
Em relação a maio de 2001 (147,9 mil veículos), houve redução de 17,2% no volume comercializado. No acumulado do ano, as vendas para os consumidores totalizaram 613,8 mil unidades, total 13,1% inferior ao dos primeiros cinco meses de 2001.
Apesar dos resultados negativos, o presidente acredita que a situação de mercado é passageira. “Mesmo com as incertezas, outros indicadores da economia, como a taxa de inflação, demonstram que o quadro deve melhorar nos próximos meses”, afirmou Carvalho.
Ele lembrou que os resultados estão de acordo com a expectativa da Anfavea de um primeiro semestre mais fraco, seguido de recuperação nas vendas na segunda metade do ano. Com isso, está mantida a previsão de uma produção de 1,9 milhão de unidades em 2002, total 5% superior ao do ano passado.
Para chegar a este volume, basta que as montadoras repitam o nível de produção registrado em maio, em torno de 160 mil unidades. As vendas devem totalizar 1,65 milhão unidades, aumentando 3%, e as exportações devem crescer 10%, para US$ 4,5 bilhões.