Inadimplência caiu em dezembro

A taxa de inadimplência líquida de dezembro foi de -0,38%, pelo terceiro mês consecutivo a mais baixa registrada pela Associação Comercial do Paraná desde 1995 (quando o índice começou a ser divulgado pela ACP). A taxa anualizada ficou em 2,07%. Durante todo o ano passado a taxa manteve-se baixa, o que refletiu na queda no número de inclusões e aumento de exclusões no Sistema Central de Proteção ao Crédito (SCPC – consultado pelos comerciantes para checar o crédito do comprador nas vendas a prazo) e ao Videocheque (utilizado pelos vendedores nas transações à vista).

Em 2002, foram 524.964 registros de inclusões no SCPC contra 546.483 em 2001 (21.519 inclusões a menos). Já os registros de exclusões foram de 438.263 em 2002 contra 383.115 em 2001, isto é, 55.148 a mais. O Videocheque mostrou a mesma tendência. Foram 12.938 inclusões em 2002 e 20.076 inclusões em 2001 (uma queda de 7.138 inclusões). No caso das exclusões houve um acréscimo de 12.982, isto é, as exclusões passaram de 29.298 em 2001 para 42.280 em 2002.

Esta queda pode ser explicada por dois fatores: o aumento da renda disponível para o consumo com o pagamento de parcelas do 13.º salário, o resgate do FGTS e liberação de lotes do Imposto de Renda; e o consumo mais consciente e racional num cenário de relativa estabilidade da moeda, reforçada pela crescente opção por compras à vista. A inadimplência em Curitiba é uma das mais baixas do País (em São Paulo, por exemplo, a taxa atingiu 6,39% até novembro de 2002).

SCPC

As consultas ao SCPC aumentaram 18,16% em dezembro em relação a novembro (440.593 em dezembro contra 372.891 em novembro), 9,44% abaixo do ocorrido em dezembro de 2001 e 15,62% menor do que dezembro de 2000. Em 2002 houve queda de 12,10% em comparação a 2001 e aumento de 4,91% em relação a 2000. Vale lembrar, mais uma vez, que o desempenho acima da média notado no ano de 2001 (com expansão de 19,35% em comparação a 2000) demorará a ser igualado.

A tendência de aumento no número de consultas ao SCPC em novembro, dividindo as compras de fim de ano, confirmou-se, principalmente pela baixa taxa de inadimplência que possibilitou o direcionamento da renda das primeiras parcelas do 13.º salário para as compras; para evitar o tumulto nas lojas no final do ano; e por causa da expectativa de aumento de preços, devido ao novo patamar da taxa de câmbio que elevou o custo de insumos e combustíveis.

Videocheque

As consultas ao Videocheque subiram 24,61% em dezembro (270.457 consultas em novembro contra 337.012 em dezembro) mas ficaram 7,22% abaixo de dezembro de 2001. Em 2002 evidenciou-se um aumento das compras à vista, já que houve acréscimo de 0,06% em 2002 contra 2001 e 7,25% abaixo de 2000. Assim, o cheque está gradativamente recuperando espaço no mercado. “No Natal, por exemplo, o movimento de vendas à vista foi muito grande. As pessoas também compraram muito em dinheiro e estas compras ficam difíceis de se medir”, afirma o vice-presidente de Serviços da ACP, Élcio Ribeiro.

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