Importações geram déficit na balança comercial do Estado

O Paraná importou mais do que exportou em fevereiro. As compras no exterior atingiram US$ 1,092 bilhão, o maior valor importado em um único mês em toda a série histórica pesquisada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) nos últimos 20 anos.

Até então, a maior importação havia sido registrada em julho de 2007, com US$ 1,055 bilhão. Em fevereiro último, as exportações totalizaram US$ 974 milhões, o que gerou um déficit de US$ 117 milhões na balança comercial do Estado, o primeiro desde abril de 2001.

O aumento das importações em fevereiro foi de 35,99% em relação a janeiro e 102,47% em comparação a fevereiro de 2007. As exportações, por sua vez, decresceram 4,74% em fevereiro em relação a janeiro e 28,01% em comparação a fevereiro do ano anterior.

Os produtos mais importados foram adubos, fertilizantes e petróleo. Os dois primeiros motivados principalmente pela expansão da agricultura. Houve também um significativo crescimento de importação de óleo de soja, tendo a Argentina como principal país de origem desta importação. ?Isso é um contra-senso tendo em vista a grande produção de soja no Estado. Estamos exportando soja em grão e, depois, importando o óleo ao invés de fazer todo o processamento internamente?, disse Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico da Fiep.

O economista lembra que antes da Lei Kandir – até setembro de 1996 – o Paraná tinha uma equação bem diferente para o complexo soja: exportava cerca de 1,46 milhão de toneladas de grãos de soja, privilegiando a exportação de derivados. No último ano, o Estado exportou 3,73 milhões de toneladas de soja em grão, o que corresponde a uma evolução das exportações do produto da ordem de 155% para uma produção física paranaense que se incrementou, no mesmo período, em torno de 50%.

Câmbio

O principal país de origem das importações paranaenses foi a Nigéria, confirmando, portanto, a grande compra de petróleo, principal responsável pelo aumento das importações em fevereiro. As compras do produto passaram de US$ 68,5 mil em janeiro para US$ 292,3 milhões em fevereiro. ?A oscilação, cíclica e normal, foi acentuada pelo aumento do preço do barril de petróleo?, explica Schmitt. Ele acrescenta que tem sido significativa, também, a expansão da importação de bens duráveis para complementar a oferta doméstica destes produtos.

A análise da Fiep mostra que a posição dos países dos quais o Paraná importa continua mudando significativamente. A China passou de sexto colocado em 2005 e 2006 para terceiro em 2007 e começou 2008 como o primeiro colocado; em fevereiro voltou à terceira posição. As importações da Argentina também estão em ascensão: um crescimento de 139,16% no primeiro bimestre de 2008 contra igual período de 2007, ocupando a segunda colocação em fevereiro último. A Nigéria, de onde o Estado compra exclusivamente petróleo, retomou seu primeiro lugar, com aumento de 73,5% e participação de 15,58 nas importações paranaenses no mês de fevereiro. 

Voltar ao topo