Impacto das chuvas na inflação não preocupa, diz FGV

O impacto na inflação de janeiro do aumento mais forte nos preços dos produtos in natura no início do ano, por conta das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, que prejudica as lavouras, será pequeno e não preocupa. A avaliação foi feita hoje pelo economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Podemos dizer que, dentro do atacado, o impacto será mínimo. E dentro do varejo, o impacto será pequeno e de caráter transitório”, afirmou.

Braz explicou que as chuvas acima do normal na região serrana devem elevar a inflação no Rio. As chuvas devem influenciar, principalmente, os preços de folhas. A inflação do varejo no Rio representa um quarto da inflação nacional, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR). “No atacado, não temos folhas. No varejo, para se ter um impacto expressivo, teríamos que ter um aumento absurdo, em torno de 100% nos preços das hortaliças e legumes, por conta do que ocorreu no Rio, para que isso seja um pouco preocupante – o que eu acho que não deve acontecer. Vai ter impacto, sim, para quem mora no Rio. Mas o impacto dentro do IPC-BR vai ser pequeno”, disse, observando que a cesta de produtos de alimentos in natura incorpora 20 produtos e não somente folhas.

No entanto, ele fez uma ressalva. Em janeiro, na inflação do varejo, ocorrerão impactos de preços expressivos, mas já esperados pelo mercado, como reajustes nos preços de mensalidades escolares e de tarifas de ônibus urbano, além de uma continuidade nos avanços dos preços dos alimentos in natura. Para fevereiro, a inflação varejista será beneficiada pela desaceleração de preços em ônibus urbano e mensalidades escolares – cujos impactos de reajustes já terão sido captados pelos indicadores inflacionários em janeiro, em sua maior parte.