IGP-M desacelera alta com preços de soja e metais

Rio (AE) – Beneficiada por quedas nos preços dos metais e da soja no atacado, a segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de julho subiu apenas 0,16%, bem abaixo da elevação em igual prévia em junho (0,56%). Com o resultado da prévia, o indicador, usado para reajustar contratos de aluguel e tarifa de energia, deve fechar o mês abaixo de 0,30% – bem inferior à elevação de junho (0,75%).

Ao comentar a forte desaceleração registrada na prévia – que abrange o período de 21 de junho a 10 de julho – o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, observou que o cenário de curto prazo da inflação é mesmo de taxas mais baixas nos indicadores inflacionários. ?Mas a desaceleração do IGP-M está se dando em uma velocidade maior do que a de outros IGPs, e parece que vai ser mais intensa do que a registrada do IGP-10?, disse, lembrando que a elevação nesse último indicador, anunciado na última quarta-feira, passou de 0,57% para 0,39%, de junho para julho.

Segundo o economista, o cenário da inflação atualmente conta com vários impactos favoráveis. Um deles é a expressiva queda nos preços dos metais, que ajudou a reduzir o ritmo da alta nos preços do atacado, que passou de 0,74% a 0,21%, da segunda prévia de junho para igual prévia em julho. ?O comportamento dos preços dos metais ajudou a puxar para baixo a inflação do atacado?, admitiu o economista. Ele lembrou que esse setor sofreu uma disparada de preços desde o início do ano, devido à forte demanda no mercado externo – que reduziu a oferta e, por conseqüência, elevou os preços.

Entre os destaques de quedas apontados por Quadros, na segunda prévia de julho, está a deflação em metais não-ferrosos (-4,01%) principalmente cobre (-9,89%). Além do comportamento dos metais a soja, um dos produtos de maior peso na formação da inflação do atacado, também registrou queda (-0,98%). Segundo Quadros, a oferta do produto é boa e não há motivos para elevações de preços da soja, no momento.

Já no varejo, a deflação nos preços ao consumidor perdeu força, da segunda prévia de junho para igual prévia em julho, passando de -0,38% para -0,13%. Isso se deve principalmente aos alimentos cuja queda também perdeu fôlego, no mesmo período (de -1,76% para -0,66%).

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