IGP-M aponta deflação pelo 3º mês seguido

A inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado) apurou uma taxa negativa de 0,34%. Trata-se da terceira deflação consecutiva verificada no índice. O IGP-M é o primeiro índice fechado da fundação a registrar três meses seguidos de queda de preços. A última vez em que os IGPs apresentaram comportamento semelhante foi em 2003, também influenciados pelo efeito do câmbio. À época, no entanto, o recuo nos preços foi mais intenso. Em 2003, a deflação acumulada nos três meses chegou a 1,67%, neste ano, a deflação acumulada ficou em 0,99%.

Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, a hipótese de um quarto mês consecutivo de deflação está praticamente descartada. A continuidade da queda de preços pelo terceiro mês foi garantida graças ao menor movimento de aceleração das matérias-primas agrícolas, que vinham pressionando os preços no atacado nos últimos meses. ?A deflação está diminuindo, provavelmente este será o último mês. A duração se explica pelo comportamento mais suavizado das matérias-primas agropecuárias?, disse.

Apesar da perspectiva de alta, a taxa acumulada em doze meses pode ficar ainda menor em agosto, segundo a FGV. Em julho, o acumulado de doze meses ficou em 5,38%, uma das menores taxas desde a flexibilização do câmbio.

Segundo o coordenador, o resultado abre espaço para que a inflação se aproxime do cumprimento da meta definida pelo Banco Central. A meta deste ano é de 5,1% com intervalo de tolerância de 2,5 pontos percentuais.

A inflação no atacado registrou uma taxa negativa de 0,65%. A queda nos preços, no entanto, foi menos intensa do que em julho, quando o IPA (Índice de Preços do Atacado) havia apurado uma taxa negativa de 1%. Produtos acabados, insumos e matérias-primas apresentaram taxas negativas em julho, mas com tendência de aceleração.

Entre os insumos, as principais pressões vieram de combustíveis e lubrificantes para a produção e suprimentos. Os combustíveis passaram de 0,19% para 1,97% em julho. Já os suprimentos tiveram sua taxa elevada de -1,58% para -0,63%.

As matérias-primas brutas mostraram aceleração, mas com menor fôlego do que no mês anterior. A taxa passou de -1,97% para -1,44% em julho.

A inflação no varejo voltou a subir em julho com o reajuste da tarifa de telefone residencial. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) passou de 0,05% em junho para 0,12% em julho. O item telefone residencial registrou alta de 2,84%, ante variação de 0,06% no mês anterior, o que pressionou o grupo habitação.

O grupo transportes também contribuiu para a taxa maior de inflação no varejo em razão do aumento da tarifa de ônibus interurbano e da aceleração do preço do álcool combustível.

O INCC (Índice Nacional de Custos da Construção) registrou desaceleração. Sua taxa passou de 2,20% em junho para 0,65% em julho com a menor pressão do item mão-de-obra.

Prévia assinala inflação de 0,57% em Curitiba

O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) divulgou ontem a terceira prévia do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do mês de julho em Curitiba. De acordo com a pesquisa, realizada nos últimos 30 dias terminados no dia 23, a inflação na capital paranaense continua em alta, fechando a quadrissemana em 0,57%.

De acordo com a coordenadora do projeto IPC, Maria Luiza de Castro Veloso, o resultado é o maior das últimas oito semanas, sendo 0,47 ponto percentual mais elevado que o índice estimado na segunda prévia do mês (0,10%).

A alta na inflação, segundo a coordenadora, foi determinada principalmente pela elevação nos preços dos produtos e serviços de transporte e comunicação, que subiram em média 1,03%. Outra forte contribuição, explica, foi do grupo saúde e cuidados pessoais, com alta de 2,3%.

Individualmente, os itens que mais contribuíram no índice geral, com alta, foram: remédios (5,54%), gasolina (5,60%), automóvel de passeio e utilitário usado (1,87%) e álcool combustível (8,59%). Com baixa: batata-inglesa (-35,56%) e tarifa de ônibus urbano (-3,32%).

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