Iedi já enxerga passaporte para grau de investimento

O ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e atual consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Julio Gomes de Almeida, avaliou que a posição credora externa do Brasil anunciada pelo Banco Central será um "passaporte para o grau de investimento".

A previsão do BC é de que o resultado de janeiro deste ano apresente uma diferença de US$ 4 bilhões entre a dívida externa bruta e os ativos do País no exterior, significando que, em termos líquidos, o País passou a credor externo. Para se ter uma idéia, no final de 2003 a posição devedora do Brasil era de US$ 165,2 bilhões.

Para ele, se a situação externa não apresentar deterioração, é possível que o País receba o grau de investimento ainda este ano. "Esse é o nosso passaporte para o grau de investimento e mostra porque estamos vivendo essa situação de tranqüilidade em meio à forte crise internacional. Se não fosse isso, é muito provável que o Brasil tivesse sofrido com a crise, com riscos para a economia", disse Gomes de Almeida.

Com a posição credora, o ex-secretário avalia que o anúncio do grau de investimento – motivo de rumores ontem no mercado financeiro – deve ser acelerado. "As agências de classificação de risco só não nos dão o grau de investimento agora porque é preciso cumprir certo ritual para que a classificação seja dada. Nessa crise, o Brasil já está mostrando que é grau de investimento", afirmou.

Para Gomes de Almeida, a situação credora do Brasil contou a colaboração externa gerada por alguns fatores como o aumento da demanda internacional, principalmente na China, disparada dos preços das commodities e boa liquidez no mercado internacional. Para ele, essa situação permitiu que o Brasil acumulasse dólares com os seguidos superávits comerciais e, assim, aumentasse as reservas. Apesar da posição credora, ele afirma que ainda há espaço para que o Brasil continue adquirindo dólares no mercado cambial.

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