IBGE: queda do dólar ajudou a conter inflação em abril

Como já era esperado por economistas e até pelo governo, mesmo que não oficialmente, a queda do dólar contribuiu para desacelerar a inflação oficial em abril, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O índice, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), subiu 0,77% no mês, ante a alta de 0,79% em março.

“O dólar tem atuado nos últimos tempos em alguns itens como âncora. Em especial, nos artigos de limpeza, artigos de higiene pessoal e até eletrodomésticos. Isso aconteceu no índice de abril. Alguns itens ajudaram para que a taxa não fosse ainda maior”, afirmou a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.

A queda nos preços de eletrodomésticos e itens de higiene pessoal e limpeza levou a um recuo de 0,62% em abril na variação do grupo Artigos de Residência, uma das nove categorias que compõem o indicador. A queda foi responsável por uma contribuição negativa de 0,03 ponto porcentual no IPCA do mês.

Teto

A inflação oficial medida pelo IPCA pode permanecer, no acumulado de 12 meses, acima do teto da meta do governo, de 6,5%, nos próximos meses. Eulina explica que isso deve ocorrer porque a taxa do IPCA em 12 meses em 2010 foi “beneficiada” pela leitura próxima de zero do índice mensal por três meses seguidos.

“No caso do exame da taxa de 12 meses, no ano passado nós vimos três meses em que o IPCA, por causa da queda dos preços dos alimentos, se situou em zero. Foram três meses de taxa zerada. Então, ao abandonar essa taxa zero no meio deste ano, por um efeito matemático, a taxa de 12 meses vai subir.” Em maio de 2010, o IPCA registrou alta de 0,43%; em junho, a taxa ficou em zero; em julho, em 0,01%; e em agosto, em 0,04%.

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