IBGE: alta trimestral de 40,9% de importações é recorde

O aumento de 40,9% das importações de bens e serviços no terceiro trimestre de 2010 ante o terceiro trimestre de 2009 é o maior da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 1996. Segundo afirmou hoje o coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto, o resultado foi influenciado pela variação do câmbio, que passou de R$ 1,87 no terceiro trimestre de 2009 para R$ 1,75 no terceiro trimestre de 2010. Com o dólar mais barato, houve impulso às importações. Já as exportações subiram 11,3% na mesma comparação. “Claramente há um efeito do câmbio”, disse.

Olinto afirma que a alta da importação é resultado do crescimento da demanda e da renda que não está podendo ser atendida pela produção nacional. Segundo ele, a alta expressiva das importações não amortece o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País. “(A importação) aumenta o potencial de PIB, atende a uma demanda que não está sendo atendida internamente, o que não significa que não possa ser atendida daqui para frente”, disse.

Olinto lembra ainda que, no terceiro trimestre, houve importação significativa de bens de capital (máquinas e equipamentos). “Ou seja, há uma parcela grande de investimento, o que está sendo atendido pela produção interna, mas também pelas importações.”

PIB da indústria

A queda de 1,3% no PIB da indústria no terceiro trimestre, ante o trimestre imediatamente anterior, reflete “alguma diminuição no crescimento do consumo e do investimento”, segundo Olinto. Por sua vez, o crescimento de 8,3% na comparação com igual trimestre do ano passado foi impulsionado sobretudo pela indústria extrativa mineral (16,6%), pela construção civil (9,6%), pela produção e distribuição de eletricidade, gás e água (8,0%) e pela indústria de transformação (7,1%).

No caso específico da indústria de transformação, segundo Olinto, os destaques de crescimento, em relação ao terceiro trimestre de 2009, foram máquinas e equipamentos, produtos de metal, metalurgia, indústria automotiva, madeira e alimentos e bebidas.