Brasília – O dólar voltou a ganhar força nesta terça-feira (14) e se aproximou da casa dos R$ 2, encerrando a R$ 1,99. A alta do dólar foi o principal reflexo da turbulência que nesta terça-feira voltou a abalar o mercado financeiro internacional, depois de uma segunda-feira tranqüila.
A equipe econômica do governo voltou a falar que a economia brasileira tem fundamentos sólidos e que a elevação do dólar não chega a preocupar.
"Estou olhando menos o dólar e mais a turbulência internacional", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao deixar o ministério para reunião no Palácio do Planalto.
Mantega comentou que dólar subir "não é um problema ruim" para o Brasil, referindo-se ao fato de que a moeda norte-americana vinha de um longo período de queda e, agora, há espaço para elevação.
"O que estamos vendo agora é que o dólar flutua para cima também. Todo mundo dizia que ele só flutuava para baixo, e agora está provado que ele flutua para cima", disse o ministro ao relembrar críticas de analistas por uma intervenção mais severa por parte do Banco Central para conter a desvalorização da moeda norte-americana.
Para conter a escalada do real, o BC vinha comprando dólar, o que não aconteceu nesta terça-feira. Mas o ministro disse que isso não tem a ver com o fato de o câmbio estar próximo de R$ 2. "Não trabalhamos com um patamar pré-estabelecido de dólar".
Quanto à crise internacional, o ministro da Fazenda disse que está acompanhando os seus reflexos no Brasil e que, até o momento, não preocupa. "Não acredito que essa turbulência vá afetar o ritmo da economia brasileira. Nossa preocupação principal é que o crescimento econômico continue e nós estamos bem posicionados perante a turbulência internacional", afirmou.
Mantega ressaltou que "ninguém está suspendendo investimentos por causa da turbulência internacional", o que, segundo ele, significa que o mercado consumidor ainda não está sendo afetado pela crise.