Guerra EUA/Iraque se reflete no petróleo

Apesar de o Pentágono ter informado ontem que o ataque aéreo ao Iraque realizado anteontem por jatos norte-americanos e britânicos ter sido de ??proporções normais??, e não o maior em quatro anos, como publicado na imprensa britânica, o preço do petróleo no mercado internacional continua em alta, com algum recuo em relação às cotações máximas do dia. Os preços do petróleo superaram os 30 dólares ontem durante a sessão no mercado de câmbios nova-iorquino, antes de recuar ligeiramente.

O preço do cru de referência (light sweet crude) para entrega em outubro, ganhou 63 centavos a 29,61 dólares depois de ter aumentado 71 centavos a 28,98 dólares na véspera.No meio da tarde, o barril do tipo Brent para entrega em outubro era cotado a US$ 28,45, alta de 2,86% em relação ao fechamento de anteontem (US$ 27,66), depois de ter atingido durante o dia US$ 28,95 (alta de 4,66%), nível mais elevado desde o período pós-atentados de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos, quando bateu em US$ 29 o barril.

Em Nova York, o preço do barril de óleo cru avançava 1,45%, negociado a US$ 29,40, contra os US$ 28,98 do fechamento de anteontem. Durante o dia, chegou a atingir US$ 30,12, alta de 3,93%.

Segundo a percepção do mercado, o ataque conjunto ao Iraque amplia as perspectivas de uma breve intervenção militar dos Estados Unidos, com apoio britânico, para tentar derrubar o ditador iraquiano Saddam Hussein.

Maior ataque em 4 anos

De acordo com o diário londrino ??Daily Telegraph??, cerca de cem caças dos EUA e do Reino Unido bombardearam ontem alvos militares da defesa antiaérea iraquiana no oeste do país.

As Forças Armadas norte-americanas confirmaram a ação, porém relativisaram o tamanho da operação.

O ??Daily Telegraph?? afirmou em sua primeira página que a ??ação parece ter sido um prelúdio para um tipo de operação de forças especiais que teria que começar semanas antes de uma possível guerra liderada pelos norte-americanos??.

Apoio

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, reforçou seu apoio ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, na ofensiva ao Iraque, e garantiu que a ??relação especial?? entre os dois países responde também aos interesses do Reino Unido, numa entrevista à rede BBC, que será divulgada amanhã (8).

??Se estamos um ao lado do outro, não é porque sintamos a necessidade de correr quando os Estados Unidos estalam os dedos??, garantiu Blair na entrevista que será transmitida pelo canal de televisão britânico.

??Por que faríamos algo assim? Somos um país soberano, não há razão para atuarmos contra de nossos próprios interesses??, acrescentou o principal aliado de Bush na questão do Iraque.

??Se estamos ao lado dos Estados Unidos em tantas questões é porque nos interessa. Pensamos o mesmo. Sentimos o mesmo. Estamos convencidos de que, em caso de problema, temos que tomar medidas??, afirmou Blair.

Blair será recebido por Bush hoje em Camp David (próximo a Washington, EUA) para conversar sobre o Iraque.

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