Greve dos fiscais atinge 95% da categoria no Paraná

O primeiro dia de greve dos fiscais federais agropecuários, ontem, teve adesão de 95% da categoria no Paraná, segundo Alexandre Bastos, do comando de greve. ?Aqueles 5% que estão sendo preservados são os que atuam na defesa sanitária contra a febre aftosa?, afirmou Bastos. Em princípio, a paralisação deve durar sete dias. No Paraná, há cerca de 230 fiscais agropecuários.

No frigorífico Garantia, em Maringá, que exporta 80% da produção, os fiscais federais não chegaram a parar, informou Edson Nagae, do setor administrativo. No frigorífico trabalham cerca de vinte fiscais. O Garantia está sem abater animais há cinco dias, e não há expectativa de retomar o processo esta semana, afirmou Nagae.

Para evitar maiores prejuízos aos frigoríficos, o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Paraná (Sindicarnes-PR) entrou com mandado de segurança solicitando à Justiça a permissão para que frigoríficos contratem médicos veterinários que possam substituir os fiscais federais em greve. Ontem, o juiz federal Nicolau Konke Junior concedeu liminar autorizando a contratação. A presença de um médico veterinário é necessária no processo de abate e certificação da carne. Segundo o assessor econômico do Sindicarnes-PR, ontem a maioria dos fiscais federais cruzou os braços.

Vacinação assistida

A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento anunciou que irá promover, a partir da próxima segunda-feira, a vacinação assistida em todos os assentamentos, acampamentos, comunidades indígenas e propriedades de miniagricultores familiares do Paraná.

Em reunião realizada ontem, ficou acertado que o Incra, MST e Fetraf-Sul terão que apresentar até amanhã levantamentos sobre as demandas de campo, como número de animais e localização deles. O diretor-geral da Secretaria, Newton Pohl Ribas, acredita que os rebanhos nessas propriedades devem chegar a 20 mil cabeças, e se comprometeu a doar as doses de vacinas para imunizar o gado.

De acordo com o superintendente regional do Incra, Celso Lisboa de Lacerda, existem hoje no Paraná 285 assentamentos com 18 mil famílias (controlados oficialmente pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), e 110 acampamentos, com 13.499 famílias.

Mato Grosso

O problema da febre aftosa no Estado de Mato Grosso do Sul é o maior que o Brasil já enfrentou. O número de animais que será necessário sacrificar para controlar a doença na chamada zona tampão deve superar 15 mil, segundo o governo sul-mato-grossense. Até o último dia 6, foram abatidas 3.310 cabeças. Para o Ministério da Agricultura, o País terá de matar 20 mil animais.

Seja qual for o número, este já supera a marca dos 11.700 animais abatidos em 2001, segundo o ministério, quando houve focos de febre aftosa no município de Jóia, no Rio Grande do Sul. (Lyrian Saiki e agências) 

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