Governo revê pontos do ?pacote? agrícola

O governo federal decidiu rever pontos do pacote agrícola de R$ 60 bilhões que foi anunciado em maio para ajudar o setor rural a superar a atual crise. Entre as medidas principais estão a prorrogação do prazo para o pagamento de empréstimos feitos dentro do programa FAT Giro Rural, que passou de quatro para cinco anos; a inclusão de mais produtos para o alongamento automático de dívidas, e a mudança na taxa de juros para empréstimos, que era de 4% mais TJLP ao ano e passou para 3% a 5% mais TJLP, dependendo do risco do produtor.

O presidente do Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), João Paulo Koslovski, que esteve ontem em Brasília participando da reunião no Ministério da Fazenda, definiu as novas medidas como uma ?evolução?, mas salientou que elas não atendem todas as reivindicações do setor. ?Houve uma evolução, principalmente na questão do FAT Giro Rural. As medidas não atendem a tudo, mas vamos continuar trabalhando para melhorar as proposições?, afirmou. Koslovski lembrou que estavam em discussão ontem em Brasília apenas medidas emergenciais e nenhuma estrutural.

Entre as mudanças estão a prorrogação do prazo para o pagamento de empréstimos feitos dentro do programa FAT Giro Rural; até então, era um ano de carência mais três de pagamento. Agora serão dois anos de carência e três de pagamento. O programa inclui modalidades como a aquisição de títulos, produtores rurais e fornecedores de insumos.

Sobre o alongamento automático de dívidas, também houve mudanças. No caso do milho, 20% dos créditos de custeio poderiam ser prorrogados pelo plano original, no Sul e Sudeste; agora, o índice passou para 35%. Para a soja, passou de 50% para 55%; o algodão, de 30% para 35%; o arroz, de 40% para 50%. Segundo Koslovski, houve ainda a inclusão de algumas culturas que não haviam sido contempladas no plano original – caso do milho (20% dos créditos terão alongamento automático), mandioca (25%) e pecuária, incluindo pecuária leiteira, de corte, além da avicultura, suinocultura (20%). Segundo Koslovski, os produtores rurais estavam reivindicando o índice de 80% para todas as culturas, mas não conseguiram. ?Batemos muito nesta questão. Havia uma grande preocupação, e um consenso de que o índice deveria ser maior. Mas chegamos no nosso limite?, afirmou.

A boa notícia é que o prazo para pagamento das dívidas de custeio também aumentou: de quatro para cinco anos. ?Pedimos dois anos de carência, conseguimos um ano e meio?, arrematou Koslovski.

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