Gasolina sobe até 10% em alguns postos de Curitiba

O aumento do preço da gasolina apanhou de surpresa muitos motoristas. Embora a Petrobras tenha falado em reajuste de cerca de 4,5% nas bombas, e o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis-PR) tenha apostado em aumento de aproximadamente 6% para o consumidor, em Curitiba a alta chegou a 10% em alguns postos – passou de R$ 1,89 o preço do litro da gasolina para R$ 2,09. O menor preço encontrado ontem pela reportagem de O Estado foi no bairro Mercês: R$ 1,97 o litro do combustível. O preço anterior era R$ 1,89. Com o anúncio da alta, alguns postos chegaram a alegar ?falta do produto? na noite de segunda-feira, na expectativa de vender ontem a preços novos.

No Posto Pirâmide, na avenida Visconde de Guarapuava, a alta foi uma das mais acentuadas: o litro da gasolina passou na manhã de ontem de R$ 1,87 para R$ 2,09 – ou seja, aumento de quase 12%. “Na verdade, ninguém ainda tem muito parâmetro e um acaba colocando o preço que o outro coloca”, revela o gerente do posto, Emerson Batista. Segundo ele, a distribuidora que o abastece reajustou o preço de R$ 1,76 para R$ 1,87. Batista aposta, no entanto, na queda gradativa dos preços. “A partir do próximo final de semana o preço deve cair. Na realidade, é o cliente quem acaba ditando os preços”, acredita.

No Posto Martin Afonso, nas Mercês, o litro da gasolina teve ontem três preços: até às 9h, custava R$ 1,89. Das 9h às 12h, passou para R$ 1,99 e à tarde já custava R$ 2,04. De acordo com o funcionário Adir Demétrio, o último aumento teria sido uma orientação da distribuidora. “A gasolina vai chegar para a gente a R$ 1,95. Não tinha como segurar o preço”, diz.

No sobe-e-desce do preço dos combustíveis, ontem havia até posto que preferiu não anunciar o novo valor. Caso do Auto Posto Vicente Machado, no bairro Batel, que reajustaria o preço do litro da gasolina de R$ 1,98 para R$ 2,09, a partir das 15h. Na carona, o posto também reajustou o preço do álcool: de R$ 1,04 para R$ 1,09. Segundo o gerente do posto, que preferiu não se identificar, a nova alta do álcool já estava prevista. O único combustível que ontem permanecia com o mesmo preço no estabelecimento era o óleo diesel, a R$ 1,45.

Pesquisa

Quem pretende abastecer o tanque do carro o melhor mesmo é pesquisar. A arquiteta Priscila Galli revela que não pesquisou antes de abastecer a R$ 2,04 o litro da gasolina. “O preço subiu muito. Agora não dá mais para encher o tanque de uma vez só”, afirmou Priscila, que colocou R$ 30,00 de gasolina comum. O representante comercial Itamar Barbosa conta que viu o litro da gasolina variando entre R$ 1,95 e R$ 2,09. Acabou colocando apenas R$ 10,00 de gasolina, ao preço de R$ 2,04 o litro. “Ontem, enchi o tanque do outro carro a R$ 1,87 o litro”, conta. Para ele, o aumento do combustível deve pesar bastante no orçamento no final do mês. “Essa alta vai fazer subir tudo.”

O reajuste de 10,8% na gasolina nas refinarias, e de 10,6% no óleo diesel, foi anunciado na segunda-feira pela Petrobras. O aumento, alega a estatal, se deve à ?mudança de patamar no preço do petróleo internacional?.

Reajuste no diesel impactará também o frete

O aumento do preço do óleo diesel, que entrou em vigor anteontem, deverá desencadear reajuste em torno de 8% nos fretes do transporte rodoviário. A estimativa é de Geraldo Vianna, presidente da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas & Logística), entidade representante dos dois segmentos. O dirigente empresarial se baseia nos aumentos dos insumos do transporte rodoviário de cargas a partir de janeiro deste ano. “Ficaram dentro desta faixa os reajustes do principais insumos do transporte (como salários, veículos e pneus), que representam cerca de 90% dos custos do setor. Da mesma forma, o reajuste do diesel na bomba não deverá superar os 8%”, acredita Vianna, considerando inevitável o reajuste dos fretes na virada do mês.

Um dos principais insumos utilizados pelo transporte rodoviário de cargas e também de peso considerável na planilha de custos do setor (pode superar os 20% dependendo do tipo de operação), o diesel ficou mais de um ano sem reajuste, enquanto quase todos os demais itens de custo apresentaram elevação de preços.

Em maio, o INCTA-Fipe/NTC (Índice Nacional de Variação de Custos do Transporte Rodoviário de Cargas Ampliado) apresentou uma variação média anual de 13,6%, em função da elevação de insumos como protetores (51,93%), seguros (47,92%), câmaras (29,78%), veículos (23,57%), pneus (16,01%), rodoar (15,54%), óleo de carter (15,02%), salários (12,72%), óleo de câmbio (9,44%), lavagem (9,41%) entre outros.

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