Ganhos do mínimo vão para consumo

São Paulo – As vendas de produtos da cesta básica devem crescer a partir de junho, quando a classe trabalhadora começa a receber a diferença de ganhos com o aumento do salário mínimo, que passa de R$ 260,00 para R$ 300,00 a partir de amanhã. Essa é a estimativa do coordenador técnico de relações sindicais do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), Ademir Figueiredo.

Com base em estudo do Dieese, ele observa que ao multiplicar o valor do reajuste, de R$ 40, pelo número de pessoas que ganham até um salário mínimo, chega-se a um resultado de R$ 13,3 bilhões, considerando os noves meses deste ano em que o adicional estará incorporado ao piso nacional. E uma parte significativa desse montante, em sua avaliação, deve ser direcionada para o consumo básico.

Figueiredo observa que a população de baixa renda, que depende do salário mínimo, já vive em uma situação de dificuldades e diante disso afirma ser ?bastante razoável imaginar que a entrada de um novo recurso vá para consumo?. A reposição em relação à inflação, no período que antecede a entrada em vigor, deve ficar entre 8,5% a 8,8%, observa, o que permite ?um pouquinho mais de poder de compra em relação a 2004?.

Em sua análise, o estabelecimento de uma política em torno do reajuste do salário mínimo como prevê a Comissão Quadripartite, que reúne representantes do governo e entidades dos trabalhadores, empregadores, aposentados e pensionistas, ainda terá um longo caminho a percorrer. Isso em função de pontos polêmicos como ?o financiamento da Previdência, o impacto sobre a folha de servidores dos municípios e do papel do mínimo enquanto dinamizador da economia?. 

Voltar ao topo