Furlan volta a defender moeda própria para o Mercosul

Foto: Arquivo/Agência Brasil
Ministro prega uso do real nas vendas dentro do bloco.

Os negócios entre os países do Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul) poderiam ganhar novo impulso se houvesse redução nos custos financeiros sentidos, principalmente, pelas empresas exportadoras de pequeno e médio porte.

Com esse argumento, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, procurou defender mudanças na legislação cambial que permitam a troca no uso de dólares pela moeda local. ?Com os nossos países vizinhos não fazemos negócios na nossa moeda (real), o que implica um custo adicional tanto quando compramos como quando vendemos. Isso tira a nossa competitividade?, afirmou Furlan, durante sua exposição ontem no Fórum Econômico Mundial da América Latina.

Segundo os cálculos do ministro, a forma convencional existente hoje eleva o custo das transações entre 5% e 8%. Ele informou que existem pessoas no governo favoráveis a essa mudança, por meio da qual ?seriam implantadas maneiras que permitissem às empresas compensar seus custos de importação com as receitas de exportação?.

Ele reconhece, porém, que a medida ainda depende de um estudo melhor. Furlan informou que há uma proposta sobre o tema em trâmite no Congresso Nacional. Mesmo considerando que não é uma matéria prioritária em um ano eleitoral, ele manifestou a expectativa de uma ?conjunção de esforços para uma definição até o final deste ano?.

Na avaliação dele, o fato de o real ter tido altas constantes sobre o dólar permite maior ousadia por parte das autoridades monetárias dos países do bloco. ?A moeda brasileira vem se tornando tão valorizada, com reservas crescentes, que podemos ter a coragem de dizer que a nossa moeda possa valer também no exterior?, avaliou.

Presente ao encontro, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu ser necessária muita cautela em operações que envolvam riscos. ?Tudo tem de ser feito de forma sustentável e não com medida extemporânea?, advertiu. O evento reuniu em São Paulo cerca de 280 empresários, políticos e representantes do setor econômico de países latino-americanos. 

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