Forte demanda faz País elevar oferta de bônus

O governo brasileiro elevou de US$ 1 bilhão para US$ 1,250 bilhão a oferta de um novo bônus da República com vencimento em 20 anos, apresentado ontem ao mercado. O motivo foi a forte demanda de investidores pelo papel, estimada em mais de US$ 6 bilhões. A remuneração proposta inicialmente pelo Tesouro Nacional ao investidor era de 8,95%, mas a taxa final pode ficar menor (8,90%) devido ao excesso de procura. O vencimento do bônus é o maior desde a emissão de 12 de janeiro do ano passado, quando o Brasil lançou US$ 1,5 bilhão em papéis de 30 anos.

A operação de ontem foi liderada pelo Deutsche Bank e pelo UBS. Essa é a segunda emissão realizada pelo Tesouro em 2005. A primeira foi anunciada no último dia 20, de 500 milhões de euros em bônus de dez anos, liderada pelos bancos BNP Paribas e Deutsche Bank.

O plano do governo, divulgado em setembro passado, era captar US$ 6 bilhões em 2005. Cerca de 40% desse valor já foi obtido, incluindo a operação do último dia 20 de janeiro e as três últimas de 2004, que somaram US$ 1,728 bilhão.

Esses recursos serão usados para honrar os compromissos da dívida externa que somam US$ 6,117 bilhões neste ano, além de US$ 4,974 bilhões em juros. O governo tem de pagar ainda ao FMI (Fundo Monetário Internacional) US$ 6,117 bilhões.

Quanto mais o governo emite títulos, mais cresce sua dívida externa – que, em outubro do ano passado (dado mais recente), somava cerca de US$ 203 bilhões.

O governo brasileiro aproveita este momento para captar porque o risco-país – que reflete parte da confiança do investidor no Brasil – está em um patamar baixo. Só no ano passado caiu 17,5%. Isso significa que o país paga juros menores para vender papéis da dívida.

O risco Brasil está em menos de 420 pontos, ou seja, 4,2% acima dos títulos do Tesouro Americano – considerados de risco zero.

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