Focos de aftosa já afetam exportações

O ressurgimento da febre aftosa no país já afeta as exportações de carnes bovina, suína e de frango do Brasil. Os dados da balança comercial da terceira semana, divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio mostram queda de 30,6% nos embarques na comparação com a primeira semana do mês, quando o país ainda não havia comunicado a descoberta da doença no Mato Grosso do Sul. A média diária de vendas da categoria caiu de US$ 46,193 milhões na primeira semana para US$ 35,426 milhões na segunda semana (que começou com o anúncio do foco). Entre os dias 17 e 23 de outubro, a média diária já havia recuado para US$ 32,035 milhões.

?Sem dúvida que os impactos já começaram. Todos os bois abatidos depois do dia 30 de setembro estão com os embarques proibidos, o que levou vários frigoríficos a darem férias coletivas de 30 dias aos seus funcionários?, afirmou o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto.

Pelos cálculos da entidade, os embargos provocarão um prejuízo mensal na balança comercial da ordem de US$ 150 milhões. Como resultado do boicote, a venda de produtos básicos ao exterior, prejudicada também pelo recuo nos embarques de soja, caiu 17,7% na semana passada. Na comparação com a média do mês até então, houve queda ainda dos produtos semimanufaturados (13%) e manufaturados (5,4%). Isso levou o conjunto das exportações a encolher 9,9% no período. Mas o comportamento foi compensado pelo recuo de 17,8% nas importações, o que rendeu superávit de US$ 1,004 bilhão à balança comercial da terceira semana do mês.

Este saldo é superior ao registrado na segunda semana, de US$ 647 milhões, e quase igual ao da primeira, de US$ 1,075 bilhão. Em outubro, o saldo comercial já está em US$ 2,726 bilhões e no ano chega a US$ 35,397 bilhões. Na comparação com setembro de 2005 e com outubro de 2004, o desempenho do comércio exterior continua amplamente positivo. Nas exportações, a média diária de embarque em outubro, de US$ 530,1 milhões, é 19,9% superior à do mesmo período do ano passado – puxada por produtos básicos (40%) e semimanufaturados (20,6%) – e 4,7% maior do que o registrado no mês passado.

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