FMI quer restrição de capital a país em desenvolvimento

Economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) exortaram as nações em desenvolvimento a estudar o uso de impostos e regulação para moderar os fluxos expressivos de entrada de capital para evitar bolhas de ativos e outras distorções financeiras. O Fundo disse que os mercados emergentes com controles saíram-se melhor do que os outros durante a crise financeira.

A recomendação representa uma defesa firme do FMI às restrições de capital e uma mudança do conselho dado há três anos para os países em desenvolvimento.

Durante muito tempo o FMI foi a favor do fluxo livre de capitais, como um corolário do fluxo livre de comércio, para ajudar os países em desenvolvimento a prosperarem.

Mas a crise financeira global fez com que o Fundo repensasse suas crenças preestabelecidas. Recentemente, por exemplo, o FMI sugeriu que o mundo estaria em situação melhor com um nível mais alto de inflação do que o que os bancos centrais visam agora.

“Nós tentamos olhar para as evidências e aprender alguma coisa com a crise atual”, disse o vice-diretor de pesquisa do FMI, Jonathan Ostry, autor do estudo “Fluxos de capital: o papel dos controles”, juntamente com outros cinco economistas do Fundo.

O dinheiro está fluindo para os mercados emergentes, causando temores de formação de bolhas de ativos na China, Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura e em outros países, principalmente nos mercados imobiliários.

Neste ano, cerca de US$ 722 bilhões em capital privado deverá fluir para os países em desenvolvimento, um aumento de 66% ante 2009, mas muito abaixo do nível de US$ 1,28 trilhão de 2007, antes da crise financeira, segundo o Instituto de Finanças Internacionais.

O investimento privado geralmente ajuda no crescimento, diz o FMI, mas um aumento rápido demais pode levar a uma bolha e depois a uma crise. Há cerca de seis meses, economistas do FMI começaram a estudar a capacidade dos controles de capital de limitar o estrago financeiro. Países que tinham controles antes da recessão, descobriram eles, estavam muito menos sujeitos a sofrer uma crise econômica forte.

“A estrutura financeira menos arriscada significa que você está menos sujeito a passar por um ciclo de boom e estouro do crédito”, disse Ostry. As informações são da Dow Jones.