Fim da CPMF não afeta projeções econômicas, diz Febraban

A derrota do governo na votação da prorrogação da CPMF não afetou as estimativas dos analistas quanto ao desempenho da economia. A análise é do economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Nicola Tingas, ao apresentar nesta terça-feira (18) os números da pesquisa que a entidade realizou com as instituições financeiras associadas.

De acordo com o levantamento, a projeção média para a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) no final de 2008 subiu de 10,25% para 10,75% ao ano (hoje a taxa está em 11,25% ao ano). As estimativas para a inflação pelo IPCA no ano que vem registraram elevação de 4,09% para 4,16%, e a projeção média para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2008 subiu de 4,39% para 4,58%. De acordo com a Febraban, a maior parte dos bancos encaminhou as respostas na sexta-feira, dois dias após o Senado derrubar a proposta de emenda constitucional que estendia a cobrança da CPMF por mais quatro anos.

O economista avaliou que o governo deu um sinal positivo ao declarar que manterá as metas de superávit primário das contas públicas (economia para o pagamento de juros da dívida). "O governo possui um bom histórico e sabe que a seriedade fiscal é a base do crescimento econômico atual", afirmou.

Segundo Tingas, a reação negativa do mercado ao fim da contribuição, com a elevação da projeção dos juros nos contratos futuros negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), é natural. Ele lembrou que a CPMF representa uma parcela importante da arrecadação, e a não-aprovação do tributo representa um aumento do risco. "E é dever do mercado precificar um cenário de maior risco", analisou.

Tingas afirmou que o governo ainda precisa mostrar como financiará o orçamento sem os R$ 40 bilhões da contribuição. O economista, porém, não quis comentar sobre possíveis medidas que poderão ser adotadas.

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