Fiesp não comenta documento sobre o Banco Central

São Paulo (AE) – A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) não quis comentar o documento obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo no qual a entidade sugere ter havido motivação política na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em reduzir a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual, para 13% ao ano.

A reunião, realizada dois dias após o anúncio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), interrompeu uma seqüência de 11 quedas consecutivas da Selic em 0,5 ponto e 0,75 ponto percentual. Durante o anúncio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu o começo de um período de otimismo e a retomada do crescimento econômico.

De acordo com o documento, a entidade empresarial avalia que o objetivo do Banco Central foi preservar sua hegemonia na definição da política econômica do País. ?Como os animais que marcam território, o BC utilizou a definição da Selic para defender a posição conquistada no primeiro mandato do presidente Lula?, diz o documento da Fiesp.

?Quando dois grupos disputam o mesmo território, ambos uivam para intimidar o opositor. O BC reafirmou a um e outro que não queria abrir mão do que conquistou. Nem otimismo nem queda de juros – o território conquistado tem que ser mantido?, acrescenta.

No documento, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, afirma que o BC tem sido um obstáculo para o desenvolvimento econômico desejado pelo presidente Lula. Focados unicamente no controle da inflação, os dirigentes seriam incapazes de criar condições para o crescimento do País. ?Cabe ao presidente da República adequar a linha do BC às intenções do governo como um todo?, opina Skaf, no comunicado. ?Volto a dizer que o presidente Lula é maestro de uma orquestra onde não é possível ter um dos músicos desafinando na execução da sinfonia do desenvolvimento?, continua.

Para Skaf, a decisão contribuiu para valorizar ainda mais o real frente ao dólar e a argumentação dos dirigentes explicitada na ata – preocupação com demanda doméstica – é fraca. A inflação também está sob controle e as projeções para 12 meses continuam inferiores à meta, avalia a entidade. A Fiesp projeta uma expansão econômica de 2,7% para o Brasil e de 2,8% para a produção industrial em 2007.

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