O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, criticou o atual patamar de câmbio no Brasil. Segundo ele, o dólar a R$ 2,70 "é nocivo" para a economia do País. "Pelos estudos, o dólar a esse preço, deflacionado pelo IPA (Índice de Preços no Atacado), está no mesmo patamar de 1997, e o dólar de 1997 não era bom para as exportações", disse Skaf, ontem.
Segundo ele, o saldo da balança comercial brasileira de 2005 pode ser prejudicado pelo câmbio valorizado. Pelas expectativas da Fiesp, o País deverá fechar 2004 com um total de US$ 94 bilhões em exportações e um saldo na balança de US$ 30,2 bilhões.
Skaf também criticou a decisão do Brasil de dar status de economia de mercado à China. O empresário disse que a economia brasileira pode sofrer uma invasão de produtos chineses. "Uma chuva de importação de manufaturados só vai servir para atrapalhar e desempregar."
Ele afirmou que essa invasão não ocorreu nos anos anteriores porque o câmbio não estava favorável às importações como está agora. Para ajudar a desvalorizar o câmbio, ele sugeriu uma adaptação da atual política econômica, com reduções de juros e gastos públicos e ampliações do crédito e dos investimentos.