FGV prevê IPC-S maior em março

O coordenador nacional do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC -S), Paulo Picchetti, afirmou nesta segunda-feira (03) que aguarda uma variação ligeiramente maior que a de fevereiro, mas nada preocupante, para o indicador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no mês de março. Em entrevista coletiva, ele disse que alguns fatores isolados serão os causadores da leve aceleração no indicador. Picchetti ressaltou, entretanto, que não está descartada uma deflação, por conta do momento atual de queda nos preços do grupo Alimentação, que tem peso muito importante na composição do índice.

"Estamos tendo agora um choque forte para baixo nos preços agrícolas para o consumidor", avaliou Picchetti, em referência ao impacto que este segmento teve no grupo Alimentação, que apresentou variação negativa de 0,38% no mês passado. "É uma devolução dos aumentos excessivos que tivemos no final do ano passado", acrescentou.

De acordo com Picchetti, a antecipação do reajuste do salário mínimo para o início de março poderá trazer alguns reajustes de preços em alguns tipos de serviços. Além disso, o final do mês sempre reserva um período de aumento nos preços dos medicamentos. "Fica muito difícil prever uma variação exata, mas o jogo todo está em Alimentação. Por isso, não está descartada até uma deflação em março", afirmou ele, que continua com uma projeção em torno de 4% para o indicador geral para o final de 2008.

Em fevereiro, o único item que mereceu atenção maior foi o óleo de soja, que subiu 7,33%. Mesmo assim, a contribuição do produto na formação do IPC-S foi de apenas 0,03 ponto porcentual. "Apesar de estarmos vendo a soja ainda em alta importante no atacado, o processo de repasse das elevações para o varejo é bastante lento, pois há várias cadeias de processamento até o item industrializado chegar ao consumidor", destacou. Na outra ponta, o tomate foi o grande fator de alívio para o IPC-S. O item apresentou queda de 11,33% em fevereiro.

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