FGV: inflação mais fraca no varejo desacelera IGP-M

A inflação mais fraca no varejo conduziu à leve desaceleração de preços medida na primeira prévia de março do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os preços do varejo subiram 0,75% na primeira prévia do mês, ante uma alta de 0,43% registrada em igual prévia de fevereiro. Já o IGP-M avançou 0,75%, ante 0,43% da leitura anterior.

Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, os preços para o consumidor estão sendo beneficiados por um menor impacto dos preços administrados e pela desaceleração na inflação do etanol.

“A desaceleração nos preços varejistas foi o que causou mesmo a taxa menor da primeira prévia. Atacado e construção civil aceleraram (da primeira prévia de fevereiro para igual prévia em março)”, reiterou Quadros. Na avaliação do especialista, o varejo conta, atualmente, com a influência de vários fatores, originados de setores diferentes, que contribuíram para a taxa menor de inflação.

Além de desacelerações e quedas de preços em tarifa de ônibus urbano (de 4,09% para 0,93%) e seguro facultativo de veículo (de 0,88% para -4,24%), a inflação percebida pelo consumidor foi puxada para baixo pela desaceleração de preços em cursos formais (de 2,26% para 0,02%). Isso ocorreu porque o reajuste nas mensalidades escolares, realizado no início do ano, já foi captado pelo indicador.

Houve ainda recuo na taxa de variação de preços do álcool combustível, que estava em trajetória de forte aceleração (de 9,36% para 3,05%). “Além disso, temos quedas de preços em roupas (baixa de 2,26%) devido à época de promoções nas lojas”, acrescentou.

Apesar da aceleração da inflação do atacado (de 1,16% para 1,22%), Quadros disse que nem todos os produtos estão em alta. Ocorreram taxas de inflação menores ou até mesmo deflação em alguns itens importantes, como açúcar cristal (de 23,81% para -1,13%), açúcar refinado (de 18,37% para 6,10%), arroz beneficiado (de 14,42% para -6,09%) e carne bovina (de 5,49% para -1,97%). Para o especialista, a inflação no atacado teria subido de forma mais intensa, não fossem as quedas e as desacelerações de preços destes itens.

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