FGV: confiança do consumidor mostra insegurança

A confiança está vacilante, mês a mês, segundo o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em maio, a taxa foi negativa em 0,4% e, em abril, ficou estável (0,0%). A interpretação da fundação é que o quadro é de estabilidade, mas também de insegurança, principalmente, em relação ao mercado de trabalho, juros e inflação.

Em maio, os consumidores demonstraram estar mais otimistas com a situação financeira da família do que no mês anterior, porém, estão mais preocupados com o futuro. Avançou em 0,4% o item que mede a intenção de compra de bens duráveis. “Mas o cenário é de incerteza, o que faz com que o consumidor, ora demonstre ter mais intenção de compra, ora menos”, afirmou Viviane Bitencourt, economista do Ibre/FGV.

A insegurança é ainda maior entre as famílias com ganhos mensais de até R$ 4,8 mil, o grupo de mais baixa renda. Eles estão especialmente preocupados com o mercado de trabalho e com os efeitos de um possível aumento da taxa básica de juros no pagamento de suas dívidas.

Segundo a FGV, o número de entrevistados que informou estar endividado passou de 7,6% em janeiro (último mês em que foi feita a pesquisa) para 9% em maio. “Isso demonstra o desconforto da população com a atividade econômica”, disse Viviane.