Festas de fim de ano movimentam bares e restaurantes

As tradicionais confraternizações de fim de ano fazem a alegria não apenas daqueles que participam das comemorações, mas principalmente de donos de bares e restaurantes. É no mês de dezembro – marcado por almoços ou jantares de empresas, formaturas de alunos e casamentos – quando muitos deles mais faturam.

?Para nós é a melhor época do ano, sem dúvida?, afirmou João Antonio, dono do restaurante D. Antonio, em Santa Felicidade, Curitiba. ?Nosso movimento aumenta em torno de 40%, assim como o faturamento.? Apesar disso, a procura para reservas nesta época do ano está abaixo do que ele esperava. ?A gente previa um aumento de 10% em relação ao ano passado, mas acho que vai ser igual?, disse.

Segundo o empresário, a economia do País está impedindo o movimento maior neste final de ano . ?Não está havendo circulação de dinheiro?, lamentou, citando como exemplo reservas para formaturas de 4.ª a 8.ª séries, no mês de dezembro, que vêm sendo canceladas. ?Os pais estão sem dinheiro.? Para Antonio, reservas por parte de empresas que fazem confraternizações de final de ano para os funcionários também estão abaixo do esperado.

Mas nem por isso o Natal deste ano será ?magro? no D. Antonio. O restaurante, que dispõe de cinco salões e capacidade de 2 mil lugares, está com a agenda lotada nas sextas e sábados de dezembro há cerca de seis meses. Vagas para eventos apenas entre segunda e quarta, avisa João Antônio, além de segunda a sexta no horário do almoço. O restaurante tem 95 funcionários e deve contratar entre 20 e 25 temporários – 90% garçons – para o período entre a primeira e a terceira semana de dezembro. ?Entre o Natal e o Ano Novo, o movimento cai praticamente a zero. Só um ou outro turista do interior está de passagem por Curitiba em direção ao litoral.?

80% reservado

Em outro tradicional restaurante de Santa Felicidade, o Madalosso, 80% da agenda para o mês de dezembro já está reservada. ?Empresas que fazem eventos grandes, para 2 mil a 2,5 mil pessoas, fazem reserva com um ano ou dois anos de antecedência?, explicou o gerente de vendas e eventos, Alfredo Bertoli. Para este final de ano, prevê, o movimento no restaurante – que dispõe de nove salões, sendo oito para eventos, e capacidade de 4,6 mil lugares – deve crescer entre 5% e 10% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo Bertoli, no mês de dezembro o faturamento chega a aumentar até 30% na comparação com outros meses. Este ano, porém, foi atípico. ?Como foi um ano eleitoral, tivemos muitos eventos. Houve meses bem fortes, como agosto, setembro, outubro e até mesmo novembro?, comentou. Sobre a contratação de temporários, Bertoli afirmou não ser necessário. ?Trabalhamos com o staff normal?, disse. O Madalosso emprega cerca de 270 pessoas.

Concorrência acirrada

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Paraná (Abrasel-PR), José Henrique Carlan, a expectativa é que neste final de ano o faturamento do setor cresça entre 8% e 12% na comparação com o mesmo período do ano passado. ?2005 foi um ano um pouco atípico, não houve tanto movimento. Para este ano, as expectativas são bem melhores?, afirmou.

Segundo ele, eventos de confraternização começaram já em novembro, mas é em dezembro que ocorre a concentração. ?Há desde jantares de final de ano para funcionários de empresas, até reencontro de ex-formandos, amigo-secreto, confraternizações familiares?, citou.

De acordo com Carlan, Curitiba vem ganhando muitas opções de locais para eventos. ?Todos têm potencial para concorrer. Se determinado empresário diz que seu movimento caiu este ano, provavelmente o cliente pode estar trocando por outro?, acredita. De acordo com o presidente da Abrasel-PR, os restaurantes mais procurados nesta época do ano são aqueles que dispõem de espaço maior, reservado para eventos. Também ganham preferência aqueles que oferecem maior diversidade no cardápio e preços menores.

Sobre a contratação de temporários pelo setor neste período, Carlan reclama da falta de qualificação dos candidatos. ?As pessoas não têm qualificação para a função. Conheço vários restaurantes precisando de cozinheiro, garçom, mas o candidato chega desqualificado. A empresa não pode ficar treinando a pessoa?, criticou. Quando o estabelecimento realmente precisa contratar temporários para esta época do ano, segundo Carlan, o jeito é ir atrás de ex-funcionários ou contratar um grupo para treinamento rápido.

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