Férias de julho aquecem pacotes de viagem

O mês de julho costuma ser a segunda melhor época do ano em vendas para as agências de viagens, atrás apenas do período de verão. Em relação a outros meses do ano, em julho as vendas chegam a aumentar quase 30%. Entre os destinos mais procurados estão as estações de esqui, especialmente Bariloche, na Argentina, e as praias do Nordeste. 

“Existem pacotes para todos os gostos: tanto para amantes do frio como para os amantes do calor”, afirma o vice-presidente da Agência Brasileira de Agências de Viagens no Paraná (Abav-PR), Geraldo José Zaidan Rocha, proprietário da GR agência de viagens. Segundo ele, apesar de as estações de esqui serem bastante procuradas, a demanda para este mês ficou abaixo da expectativa. “Havia previsão de fretamentos de vôo, que sairiam direto de Curitiba para as estações, mas foram cancelados. Foi uma decepção”, revelou Rocha.

A questão cambial, com a alta do dólar, é um dos motivos da baixa procura pelas estações de esqui, aponta. A expectativa, segundo ele, era de crescimento de vendas de 30% a 40% nesse mês em relação ao mesmo período do ano passado. A previsão, no entanto, não se confirmou, e o aumento ficou em aproximadamente 10%. “É um crescimento que não justifica o gasto com fretamento”, explicou Rocha.

Menos conforto

De acordo com o vice-presidente da Abav-PR, os pacotes de viagens básicos, com hospedagens em hotéis mais simples, são os mais procurados. “Com o salário achatado, sem aumento algum, as pessoas abrem mão do conforto”, disse. Um exemplo são os pacotes de uma semana para Fortaleza (CE) – aqueles aos preços de R$ 1,2 mil a R$ 1,3 mil por pessoa já foram todos vendidos na agência GR.

“Existem vagas, mas apenas para hotéis quatro ou cinco estrelas, cujo pacote sai por R$ 1,8 mil ou mais”, avisa Rocha. Também para as estações de Bariloche, pacotes a partir de US$ 800 já foram todos vendidos. Restam apenas aqueles que custam mais de US$ 1 mil.

Em média, os pacotes nesta época do ano são 20% a 40% mais caros do que em outros meses. “Os preços são quase os mesmos do verão, dependendo da localidade”, informou. Segundo ele, com a questão cambial, destinos como a Europa têm sido pouco procurados. “O euro está muito caro e assusta”, comentou.

Interesse pelo velho mundo

A gerente operacional da Schultz Operadora de Turismo, Carla Dias, discorda sobre a baixa procura de pacotes para a Europa. Segundo ela, as vendas para o continente europeu este ano estão melhores do que o ano passado, com crescimento aproximado de quase 10%. “Nas duas últimas semanas, as vendas aumentaram bastante, justamente porque o dólar caiu um pouco”, afirmou.

A Europa responde por quase 90% dos pacotes comercializados pela Schultz, enquanto os Estados Unidos apenas por 6%. “Muitos pais que antes mandavam os filhos adolescentes para os Estados Unidos agora estão trocando pela Europa”, contou. Prova de que a procura é realmente alta, este mês a operadora está com três pacotes de circuitos europeus à venda, para três datas de saída diferentes. “A maior parte já foi vendida”, contou. O pacote de 16 dias custa, por pessoa, 1.435 euros (parte terrestre) e 932 dólares (parte área).

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