Fecombustíveis prevê alta de até R$ 0,04 para gasolina

A gasolina pode aumentar nos próximos dias em até R$ 0,04 por litro por conta da redução do etanol em sua mistura. A previsão é da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), que destacou que este aumento pode ser ainda maior, caso a Petrobras repasse adiante na cadeia dos combustíveis os aumentos de custo que vai ter para substituir o etanol por gasolina. Desde ontem, o porcentual de adição de etanol à gasolina caiu de 25% para 20%.

Segundo o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda, isso deve acontecer porque a estatal está em período de manutenção da Refinaria de Paulínia (SP), o que provocou uma redução da produção de gasolina na unidade, a maior do País. Para remanejar a logística de distribuição de gasolina, a estatal teria comunicado à Agência Nacional do Petróleo (ANP) sua intenção de repassar os custos adicionais com fretes que terá para abastecer o mercado. “A paralisação da refinaria não traz qualquer risco de abastecimento, mas consideramos sim um repasse deste custo”, disse Miranda.

De acordo com a Fecombustíveis, postos em todo o País estão sendo comunicados por suas distribuidoras de que novas elevações nos preços da gasolina devem ocorrer nos próximos dias, por conta da redução do porcentual de etanol anidro na gasolina A, de 25% para 20%. Isso deve ocorrer porque algumas regiões do País já se encontram no limite da capacidade de produção de gasolina e precisarão receber produto de outras localidades para suprir o aumento na demanda. Segundo dados preliminares do Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), somente em janeiro, as vendas de etanol hidratado diminuíram 30%, refletindo a menor competitividade do biocombustível.

“Até o momento, e ao contrário do que se esperava, o governo não anunciou qualquer medida de redução de carga tributária para compensar o maior custo da gasolina”, lembrou o presidente da entidade.

Ele destacou que o cálculo de aumento de até R$ 0,04 considera os Estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul onde vigora o sistema de cobrança de ICMS pelo modelo Média do Valor Agregado (MVA). Já para os demais Estados, onde o sistema de cobrança é PMPF (Preço Médio Ponderado Fiscal), o cálculo do aumento do preço na bomba é de R$ 0,01, caso tanto a distribuidora quanto a revenda repassem integralmente o aumento.

A Fecombustíveis lembrou que o mercado é livre e competitivo em todos os segmentos, cabendo a cada distribuidora e posto revendedor determinar se irão ou não repassar os maiores custos ao consumidor e, se o fizerem, em qual porcentual.

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