Faturamento industrial cresceu 6,17% no semestre

O setor industrial paranaense fechou o primeiro semestre deste ano com um faturamento 6,17% superior em relação ao mesmo período de 2003. De acordo com o Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o aumento nas vendas foi puxado pela retomada do crescimento econômico. “As indústrias estão retomando a margem de lucro que perderam em 2003, quando as empresas perderam 12% de faturamento”, afirma o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures.

Para o presidente da Fiep, a recuperação de margens está sendo achatada pela elevação tributária. “Só com o Cofins, o impacto foi de 1,5% e isso compromete os novos investimentos em infra-estrutura”, informa. “A maioria dos empresários está aplicando recursos na criação de novos produtos. Apenas 12% estão fazendo melhorias nas instalações.”

O Departamento Econômico da federação informa que os setores de Papel, Papelão e Celulose, Metalurgia e Borrachas estão operando no limite de suas capacidades instaladas. Com isso, poderá haver falta de produtos e de bens intermediários.

Segundo a pesquisa da Fiep, nos seis primeiros meses do ano, 13 dos 18 gêneros pesquisados registraram alta. “Os destaques no semestre ficaram com os setores de Material elétrico e de Comunicações (93,28%), Bebidas (39,21%) e Matérias plásticas (24,63%)”, diz o coordenador do Departamento Econômico, Maurílio Schmitt.

Destinos

Em junho, a maior parte das vendas industriais paranaenses foram realizadas internamente. Durante o mês, houve crescimento de 69,38% nas vendas dentro do Paraná. No acumulado do ano, o índice ficou em 1,28%, sobre o mesmo período de 2003.

Compras

Segundo a pesquisa da Fiep, o setor industrial paranaense importou menos insumos neste ano. Tanto no acumulado do ano como no mês de junho houve queda, respectivamente de 15,5% e 32,4%.

Grande parte dos insumos está vindo de outros estados brasileiros. No acumulado do primeiro semestre, o crescimento foi de 11,9% e, no mês, foi de 11,2%. Com relação às compras de insumos dentro do Paraná, a média do ano até junho foi negativa, ficando em menos 11,1%. No entanto, em junho, houve uma reação de 10%.

Empregos

O setor industrial fechou o semestre com uma leve queda na geração de empregos (-0,30%) com relação ao mesmo período de 2003. Porém em junho, comparado ao mesmo mês do ano passado, o crescimento ficou 0,62%. Foram gerados 2,4 mil em postos de trabalho.

Os setores que mais empregaram em junho foram os de Material de Transportes (6,43%), Metalúrgica (1,19%) e Química (1,09%). Os setores que tiveram quedas na geração de empregos foram Mecânica (1,67%), Couros, Peles e Produtos similares (1,08%) e Vestuários, Calçados e Artefatos de Tecidos (0,90%).

No mês de junho, também houve aumento da massa salarial paga, comparado com maio de 2004. O crescimento foi de 6,88%. No acumulado do ano, o crescimento foi de 10,7%. A melhoria salarial é explicada pelo pagamento dos valores relativos à participação dos trabalhadores nos ganhos de produtividade.

Empresários estão cautelosos

Os industriais paranaenses ainda não se empolgaram com os sinais de retomada do crescimento econômico do Brasil. O Índice de Confiança do Empresário Industrial Paraná (ICEI-PR), medido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), registrou leve alta e ficou em 59,8 pontos, de uma escala que vai de 0 a 100. No fim do ano passado, este índice estava em 62,9 pontos e, no primeiro trimestre do ano, ficou em 57,5 pontos.

“O empresário percebe que a manutenção da política econômica não estimula o desenvolvimento econômico. O Banco Central continua errado em manter o controle da inflação com juros, quando a nossa inflação é de custos”, avalia o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures.

O índice de confiança é formado pela visão do empresário sobre as condições atuais (desempenho da economia, da empresa e do setor) e das expectativas futuras. Para o segundo semestre, as opiniões sobre o primeiro tópico (condições atuais) alcançaram 51,9 pontos, enquanto as expectativas ficaram em 63,7 pontos. Nos dois fatores, houve alta em relação à pesquisa anterior, quando as condições atuais ficaram 46,7 pontos e as expectativas atingiram 62,8 pontos.

Os dados levantados pela Fiep indicam que há maior desconfiança entre as pequenas e médias, que registraram 57,9 pontos. Entre as grandes corporações, o índice ficou em 64,7 pontos.

Esta diferença de visão do empresariado acontece em razão da infra-estrutura das empresas e da capacidade de mudar de mercado quando necessário. Para o Departamento Econômico da Fiep, as grandes empresas têm mais informações para traçar as conjunturas futuras e também melhores condições para buscar negócios no mercado externo.

Brasil

Os dados de confiança do Paraná estão piores que os brasileiros. No segundo trimestre, a confiança do empresário brasileiro estava em 60,7 pontos, contra 59,8 dos paranaenses.

Quando se avaliam as condições atuais, há empate. No Brasil e no Paraná, este percentual ficou em 51,9 pontos. No item das expectativas, o Paraná registrou 63,7 pontos e o Brasil ficou melhor, em 65,2 pontos.

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