Faturamento da indústria cresceu 39,8% no primeiro bimestre

O faturamento da indústria brasileira de máquinas e equipamentos aumentou 39,8%, para R$ 10,89 bilhões, no primeiro bimestre deste ano, na comparação com os dois primeiros meses de 2007. Segundo informações da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o resultado foi puxado principalmente pelas exportações para países da América do Sul.

Apesar de ainda liderarem a lista, as exportações para os Estados Unidos caíram 12,3% no período, para US$ 349 milhões. Já as exportações para a Argentina subiram 63,3%, para US$ 254 milhões. No total, as venda externas subiram 26,8% sobre o primeiro bimestre de 2007, para US$ 1,7 bilhões.

As importações tiveram um desempenho ainda mais forte, e registraram alta de 66,1% sobre os dois primeiros meses de 2007, alcançando US$ 3,2 bilhões. Desse total, metade teve origem na China, que se tornou no início deste ano o terceiro maior exportador de bens de capital para o Brasil, superando o Japão. Até o fim deste ano, o país asiático deve tomar o lugar da Alemanha e se tornar o segundo maior exportador de máquinas para o Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos. Para se ter uma idéia há cinco anos, as vendas externas de máquinas chinesas para o Brasil nem apareciam na lista dos 15 maiores exportadores.

Déficit

O déficit comercial do setor chegou a US$ 1,5 bilhão nos dois primeiros meses deste ano, uma alta de 156% na comparação com os dois primeiros meses do ano passado. Anualizado, esse resultado chegaria a US$ 10 bilhões, bem superior ao déficit de 2007, de US$ 4,5 bilhões e de 2006, de US$ 500 milhões, primeiro ano em que a balança comercial tornou-se negativa para o setor. "Até o fim deste ano, o déficit comercial da indústria de máquinas e equipamentos deve avançar US$ 12 bilhões", prevê Aubert.

Para o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, os números são preocupantes, uma vez que as máquinas chinesas custam entre US$ 5 e US$ 7 por quilo e não possuem alta tecnologia. "Ou seja, trata-se meramente de máquinas adquiridas em função de preços mais baixos e que não aumentam a produtividade e a inovação nas empresas. São importações do mal", disse ele.

Consumo

O consumo aparente de máquinas e equipamentos no primeiro bimestre deste ano aumentou 49,9%, para R$ 13,6 bilhões. Esse cálculo considera a soma entre as vendas internas de máquinas e as importações, e evidencia um crescimento superior ao faturamento do setor (39,8%).

Voltar ao topo